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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Preparando a primavera

Les Nymphéas, de Claude Monet, 1920-1926, óleo sobre tela, 602x219cm, Museu de l'Orangerie, Paris
As torrentes e os rios degelam de repente
Primavera em fulgor ressurge sem tardança!
No campo aflora em tudo alegria e esperança
enquanto o velho inverno, extênue e decadente
às ásperas montanhas se recolhe e lança
com os estertores finais, nos ares regelados
granizo em profusão que toda a terra envolve.
Cobrem-se verdejantes e distantes prados
com branca e pura neve e o sol logo a dissolve
tudo renasce e vibra com força e fantasia
Natureza rebenta em cores e poesia
E como nesse campo existem poucas flores
Enfeita-se com vestes humanas multicores.

Contempla desta altura a toda imensidade
e observa ao longe em direção à cidade
do vão da porta escura, em grande confusão
surge uma colorida e ávida multidão
Todos querem o calor do sol com ansiedade...
(...)
(O Fausto, de Goethe)

E eu vou, por aqui, preparando-me para uma primavera interrompida por um outono, que virá em poucos dias... Interrompendo a estação das flores, vou subindo para o norte hemisférico em busca das cores. Um frio um tanto a mais, mas o aquecimento interno que eu preciso. Cá embaixo, ao sul do equador, as flores estão chegando. Lá em cima, ao norte, cores me apontam novos rumos. Moças com brincos de pérola me indicam um mergulho em tubos de tinta e em pinceis de marta e mangouste que atravessarão as minhas mãos. Vou me banhar com aquelas cores seculares e profundas. Eu volto.

Monet pintando à beira da floresta, tela de John Singer Sargent, pintor realista, 1885

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Moça com brinco de pérola

Estudo inicial com carvão, preparando para pintar a óleo
talvez finalizado (16 de junho) - papel cartão
Hoje comecei um estudo a carvão do famoso quadro "Moça com brinco de pérola", pintado a óleo em 1655, pelo grande pintor barroco Jan Vermeer, um dos meus preferidos.

Vermeer é um pintor barroco da Holanda, nascido em Delft em 31 de outubro de 1632, e falecido na mesma cidade em 16 de dezembro de 1675. Ele era fascinado pelo que conhecemos como "pintura de gênero", ou seja, pinturas de cenas da vida doméstica das pessoas. Cenas às vezes bobas, retratando momentos que muitas vezes nem percebemos o quanto são importantes, inclusive do ponto de vista pictórico! Uma das características da pintura realista é exatamente essa, a de descobrir esses momentos singulares da vida normal das pessoas normais, tornando-os eternos através da arte.

Sabemos que Vermeer trabalhava de forma lenta e meticulosamente. Tinha 11 filhos para sustentar com a venda de seus quadros, que às vezes eram trocados por carne, junto ao açougueiro. Mas dessa forma cuidadosa, suas obras mostram uma combinação de cores brilhantes e podemos ver como ele tinha perfeita maestria na manipulação e utilização da luz. Vermeer ficou esquecido por quase cem anos e só foi descoberto em 1866 pelo crítico de arte Théophile Thoré-Burger, que lhe dedicou uma série de artigos.

Desde então, Vermeer, assim como o outro holandês Rembrandt, é considerado um dos melhores pintores do Barroco holandês e da pintura mundial.

É um desafio e tanto, estudar esse quadro. Ver como ele manipulava as massas, os valores, a luz, a composição, e como com pequenos toques dava a configuração da essência da forma. Ou seja, como ele pintava exatamente o que era necessário! Para mim, a busca dessa simplicidade é um dos fatores mais importantes, um dos objetivos a serem alcançados. E a simplicidade é das coisas mais dificeis de serem alcançadas...

Vamos em frente...