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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A estrada aberta

Depois de Ilya Repin - estudo em óleo que finalizei neste sábado, dia 14/12, sobre a pintura original do artista russo Ilya Repin, cujo título é "Retrato do compositor Modest Petróvich Músorgski, exposta na Galeria estatal Tretiakov, Moscou, Rússia.
...........................

2013 está terminando, este ano intenso, que exigiu muito de mim, paciência, perseverança, dedicação, mergulho mais profundo nos meus sonhos. Muito estudo, muito aprendizado à beira do meu cavalete.

Mas 2013 também me recompensou: fruto de tanto esforço, tantos e tão antigos sonhos, um deles - o maior - está se realizando: anuncio a todos os leitores deste blog, todos os seguidores, amigos, pessoas de várias partes do mundo que entram por aqui:

Está nascendo o Ateliê Contraponto!


Travessa Dona Paula, 111, a poucos metros da rua da Consolação

O Ateliê Contraponto é resultado de uma associação com mais três amigos que partilham comigo o mesmo caminho na arte figurativa: a realista. São eles: Márcia Agostini, Alexandre Greghi e Luiz Vilarinho. Nossa parceria foi sendo gestada mês a mês, ano a ano, entre as mesas de desenho e os cavaletes de pintura do Atelier de Maurício Takiguthi. Alguma semente foi plantada ali, em algum momento, quando desenhávamos ou refletíamos sobre o mundo da arte. Algo em nós ficou maduro e o fruto está se concretizando em cores muito entusiasmantes!

Nosso Ateliê Contraponto está localizado na Travessa Dona Paula, 111, em Higienópolis, entre a rua da Consolação e a Avenida Angélica. Será um espaço para aulas de desenho e pintura, mas também um espaço para exposições de artistas figurativos de São Paulo, do Brasil e de qualquer lugar do mundo. Será também um espaço para estudo e discussão dos temas mais importantes da arte na atualidade. Para isso, iremos trazer convidados entre artistas e intelectuais ligados ao pensamento artístico e cultural. Também iremos oferecer oficinas e workshops com artistas convidados, nas áreas de desenho, pintura, aquarela, escultura.

O sonho é grande, o sonho é imenso. Mas o caminho apenas começou e a estrada é longa... Mas vamos!


"A pé e de coração leve
eu enveredo pela estrada aberta,
saudável, livre, o mundo à minha frente,
à minha frente o longo atalho pardo
levando-me aonde eu queira.

Daqui em diante não peço mais boa sorte
boa sorte sou eu.
Daqui em diante não lamento mais,
não transfiro, não careço de nada;
nada de queixas atrás das portas,
de bibliotecas, de tristonhas críticas;
forte e contente vou eu
pela estrada aberta.

A terra é quanto basta:
eu não quero as constelações mais perto
nem um pouquinho, sei que se acham muito bem
onde se acham, sei que são suficientes
para os que estão em relação com elas.

(...)

A terra a se expandir
à esquerda e à direita,
pintura viva - cada parte com
a luz mais adequada,
a música a se fazer ouvir onde faz falta
e a se calar onde não é querida,
a jubilosa voz da estrada aberta,
a alegre e fresca sensação da estrada."


(Walt Whitman, Canto da estrada aberta,
em "Folhas das folhas de relva")

Feliz Natal! Feliz 2014 para todos!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Arte e contemplação

Uma aquarela, feita em 1988, minha autoria
“Vejo que as tempestades vêm aí 
pelas árvores que, à medida que os dias se tomam mornos, 
batem nas minhas janelas assustadas 
e ouço as distâncias dizerem coisas 
que não sei suportar sem um amigo, 
que não posso amar sem uma irmã. 

E a tempestade rodopia, e transforma tudo, 
atravessa a floresta e o tempo 
e tudo parece sem idade: 
a paisagem, como um verso do saltério, 
é pujança, ardor, eternidade. 

Que pequeno é aquilo contra que lutamos, 
como é imenso, o que contra nós luta; 
se nos deixássemos, como fazem as coisas, 
assaltar assim pela grande tempestade, — 
chegaríamos longe e seríamos anônimos. “

(Contemplação, poema de Rainer Maria Rilke)

O frio úmido atravessava os tecidos grossos, dispostos em camadas, sobre as nossas peles nesta São Paulo gelada. Chovia e era noite. Minha alma era alcançada por esse ar glacial e essas gotas d’água, enquanto caminhava pela rua, encolhida de frio. Os tecidos eram poucos para aquecer as angústias da minha alma, enquanto meus pensamentos iam formulando ideias. Mas tem hora que é preciso apartar o coração da mente. Olhava as pessoas na avenida, me lembrando de que “eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta” como diz o poema de Mário de Andrade e que também em mim as “sensações renascem de si mesmas sem repouso”.

Rodin não saía dos meus pensamentos. Ou melhor, seus pensamentos não saíam de mim. Suas conversas sobre Arte com  Paul Gsell, que ando lendo, guiavam meus olhos entre as gotas d’água da chuva buscando ver os rostos sob os guarda-chuvas e capuzes que passavam do meu lado. Os rostos, as mãos, os gestos, os olhos, a alma. “Não se trata senão de ver”, conversava no meu cérebro a conversa de Rodin. Olhar sem ver não é coisa do artista verdadeiro, pois o artista verdadeiro vê a verdade interior que se esconde atrás das aparências, como se escondem hoje esses rostos atrás de seus cachecóis...

Victor Hugo, escultura de Rodin,
1883, bronze
Mas o mestre Rodin ainda ia falando: não basta olhar apenas com os olhos; para ver a natureza em profundidade tem que ser através dos olhos, mas é o coração que vê! Se não for pelo coração, pela alma, não é possível expressar o caráter, o sentido mais profundo e oculto das coisas.

Um pintor só consegue criar uma obra de arte quando ele consegue expressar esse caráter das coisas do mundo: a contração de uma fisionomia, as rugas de um rosto cansado, as mãos em crispação de medo, o olhar longínquo e profundo. Ou a beleza suave do rosto de um filho adormecido, a mão imóvel de sua mãe preparando a sopa. Ou as rugas no rosto do velho Jorge Saracura e suas mãos ágeis batendo no pandeiro. O sorriso largo em forma de canção que se espalha no rosto de Railídia e os pensamentos cravados na testa do poeta Jeosafá...

“Sim – diz Rodin – eu acusei, acentuei e exagerei a natureza, mas nunca a alterei”.

- Como o fez Velázquez, vai me dizendo ele nesta avenida enquanto o vento corta meu rosto: Velázquez deu glória àqueles anões da Corte, esses seres obrigados “a degradar sua dignidade humana” fazendo de conta que é louco, joguete nas mãos de poderosos.

- Ou como fez François Millet – e eu acrescento Courbet, Gustave Courbet. Sim, sim, que eram capazes de representar um camponês cansado que se apóia no cabo de sua enxada, aquele miserável, tostado de sol a sol, lavrando a terra, como uma mula de carga carregando sua vida nos ombros se embrutecendo no dia a dia por seu quinhão de vida...

Lhe interrompi um segundo: ontem eu vi os olhos de dona Cida da Camisa Verde e Branco, olhar de quem já viu de tudo nessa vida e viu um rapazinho estirado na calçada, com as pessoas passando por cima dele, como se fosse um cachorro, como se fosse um saco. E seus olhinhos – da tia Cida – angustiados sem compreender que mundo é esse que um ser humano é tratado assim? Mas ela exorciza suas angústias soltando sua voz nas rodas de samba, como seus e nossos antepassados negros nas senzalas exorcizavam a escravidão.

La danaîde, Auguste Rodin, 1888, mármore
“A arte expressa os sentimentos da alma humana diante da natureza”, diz Rodin. Ela ensina a sentir o mundo em sua complexidade e beleza. “Revela a seus contemporâneos extasiados mil matizes do sentimento”. Me lembrei de outro livro, de José Parramon, que ensina que os artistas precisam andar no mundo com os olhos bem abertos, com a percepção em sua capacidade total, para que possam captar aqueles momentos – por vezes fugidios – em que o Real se revela, a Natureza se escancara, as coisas do mundo se deixam penetrar profundamente.

O artista realista não é aquele que reproduz somente o exterior. Ele não copia o mundo, mas cria sua obra também baseada no espírito que faz parte da Natureza, que possui uma forma. E Rodin complementa: ele revela “a verdade toda, e não apenas a superfície”. Em seus traços e pinceladas, em suas cores e relações de sombra e luz, o artista expressa a própria alma alcançada pela verdade do que viu, como esse vento gelado alcança minhas mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo.

“Em suma, as puras obras-primas são aquelas nas quais não se encontra absolutamente nada que seja inexpressivo, como formas, linhas e cor, mas tudo, absolutamente tudo se resolve em pensamento e em alma”, afirmou o mestre escultor Auguste Rodin a seu amigo Paul Gsell. Que completou: Arte é contemplação - o prazer da mente que penetra a natureza e interpreta o espírito que a anima".

E eu vou sseguindo meu caminho. Vou olhando, vou vivendo. Enquanto meus pensamentos vão formulando ideias. Por que “eu sou trezentos, sou trezentos e cinqüenta”...

"Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras! 
Se um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!"

(trecho do poema Sou trezentos,
de Mário de Andrade)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Feliz 2013!


Neste final de 2012, desejo que o mundo
seja cada vez um lugar melhor de se viver! 

Que as mãos que se buscam acima,
na pintura de Michelangelo, nos lembrem que devemos buscar nos unir cada vez mais na construção de um mundo melhor para todos!
Por um mundo justo e bom de se viver!

Que todos sejamos felizes neste fim de ano!
Que sejamos felizes em 2013! 

Que o mundo se torne mais belo,

mais harmonioso, mais justo!

Um mundo melhor!

Um mundo bom e igual para todos!
Um mundo de Paz!

Obrigada a todos os que diariamente visitam este Blog que fala de Arte!

Continuemos esse mergulho profundo na Beleza do mundo que a Arte revela!

Como diz o poeta Vinícius:
"Que tudo seja belo e inesperado"!

Um Feliz 2013!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Existe amor em SP?

Multidão na Praça ROSA, domingo em São Paulo. O músico Criolo, de azul, de frente pra foto

Dois terços da população de São Paulo se espreme em trens e metrôs todo santo dia! Em números? Uns sete milhões de pessoas! Sete milhões! Sete milhões de paulistanos deixam suas casas diariamente para trabalhar, estudar, se movimentar nas demandas da vida. Só quem mora em São Paulo e já tomou trem ou metrô, pelo menos uma vez em horário de pico, sabe o que significa viver nesta cidade, trabalhar e estudar nesta cidade, se espremendo literalmente, empurrando e sendo empurrado trem a dentro trem a fora, pra não perder a hora...

São Paulo tem um déficit imenso de moradias: pelo menos 80 mil paulistanos moram em cortiços, milhões moram em favelas, mais de 15 mil pessoas moram nas ruas! Escolas públicas e creches também são insuficientes e as disputas por vagas são permanentes. Essa metrópole onde todos os números são gigantescos, possui alguns números bem pequenos, como as pouco mais de 100 bibliotecas para seus quase 12 milhões de habitantes!

Os bairros de São Paulo, especialmente os da periferia, carecem de tudo. Não existe (ainda) uma política descentralizadora do emprego, o que obriga esses milhões de paulistanos a perder horas por dia somente se transportando de um lugar a outro. Mas esses bairros, em sua maioria, também não têm cinemas, nem livrarias, nem bibliotecas públicas, nem escolas de qualidade, nem atendimento à saúde em número e qualidade minimamente suficientes, entre outros itens essenciais à qualidade de vida.

Até 2012, a vida cultural coletiva se baseava em uma única Virada Cultural por ano, mesmo assim atraindo uma média de quatro milhões de pessoas. Porque São Paulo não tem muitos espaços culturais para a sua população. Museus, cinemas e teatros – os que existem – são caríssimos.

Por isso não foi pouco o que aconteceu domingo na Praça Roosevelt, nomeada de Praça Rosa.

O músico Criolo
Era um Festival. Nomeado como “Existe amor em SP”, os idealizadores se inspiraram na música do paulistano Criolo “Não existe amor em SP”, uma espécie de releitura da cidade nos tempos atuais. É bom lembrar que em dezenas de anos, tivemos só duas prefeitas interessadas em atender a população mais carente: Luísa Erundina e Marta Suplicy. Fora elas, são décadas de descaso com a população mais pobre. São décadas de descaso com a qualidade de vida dos moradores desta cidade. São décadas de descaso com a vida cultural na cidade de São Paulo.

Por isso não foi pouco, repito, o que aconteceu domingo na Praça Rosa.

Desde as duas da tarde, grupos de pessoas, casais, pessoas sozinhas, muitas vestidas de rosa (como sugeria a organização do evento) se dirigiam à Praça. “A praça é do povo como o céu é do condor”, já dizia nosso poeta baiano Castro Alves. E o povo não pode ver uma praça, já vai se aglomerando nela. Assim aconteceu domingo na Praça Rosa. O povo tomou a praça.

Para dizer uma coisa: queremos qualidade de vida, queremos cultura, queremos estar juntos, queremos ser felizes, queremos amor... Coisa pouca, quase nada, apenas as necessidades de qualquer ser humano: ser feliz e ser amado, cuidado, valorizado. Gente! E “gente é pra brilhar!” já dizia o outro poeta, Maiakovski.

Na praça, grupos, bandos, tribos. A imensa maioria era de jovens, mas pessoas de todas as idades se reuniram lá, de crianças a idosos. Os skatistas, que esqueceram um pouco a avenida Paulista porque o piso da praça Rosa é mais amplo, estavam às dezenas com seus skates. Tendas em alguns pontos reuniam bandas e juntavam gente, enquanto o palco principal aguardava os principais músicos do Festival, como Criolo e Gaby Amarantos.

O que Criolo deve ter pensado ao ver aquela multidão, vinte mil pessoas à sua frente reunidas para dizer que “existe amor em SP”? Teria lembrado de uma música de alguém que quando chegou por aqui não entendeu nada da “dura poesia concreta de tuas esquinas
e da deselegância discreta de tuas meninas”?

Mas Criolo mandou:

“Não existe amor em SP
Um
labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê”
O buquê inteiro, a multidão, cantava cada letra da música de Criolo. Repetia com ele o refrão de um tempo que dominou corações e mentes dos moradores desta Paulicéia desvairada de Mário de Andrade: Não existe amor em SP!
“Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel”
Neste momento um grito saiu da garganta e da alma da multidão:
“AQUI NINGUÉM VAI PRO CÉU!”
Ouviram seus malafaias, seus russomanos da vida, seus serras, seus conservadores de plantão! Aqui ninguém quer o céu de vocês, aqui a gente quer “comida, diversão e arte”. E qualidade de vida! E ser tratado como gente!
Aqui – conservadores – aqui está fundado – desde Mário de Andrade – o desvairismo!
Gaby Amarantos de rosa
Desvairismo dos poetas, dos estudantes, dos skatistas, dos andadores de bicicleta, dos trabalhadores, dos artistas, das senhoras e dos senhores, das crianças, dos homossexuais, dos militantes de esquerda que, sim, também estavam lá, dos que querem um mundo bom para a maioria. “A praça é do povo, como o céu é do condor”!
Era um Festival político cultural. As frases e palavras de ordem podiam soar diferentes, novas, como “aqui ninguém vai pro céu” ou “mais amor”. Mas as pessoas estavam lá em congraçamento festivo, em alegria coletiva, em confraternização de todos com todos. Não houve nenhum incidente, uma briga, nada. A praça estava sendo coletivamente cuidada: sacos de lixo espalhados; garrafões de água que qualquer um podia pegar e se servir; espaços físicos, como os jardins, protegidos por todos; confecção em grupo dos cartazes; montagem dos palcos; defesa da festa de todos. Não havia distância entre o palco e o público, entre os artistas e o povo. Um podia tocar o outro.
Era um festival de quem cantou junto mas que também pensou sobre viver nesta cidade.
Mais uma vez está provado: a arte e a cultura têm o poder de juntar gente, multidões; de inspirar, de ajudar cada um a levar sua vida... E contra todo o descaso do poder público dos últimos anos, contra essas administrações higienistas, violentas e desumanas do PSDB-DEM, o que se ouviu na praça Rosa no domingo foi:
- Sim, existe amor em SP!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cem mil acessos!


Este BLOG QUE FALA DE ARTE  acaba de cravar 100 MIL acessos em menos de três anos de existência!

Isso é resultado de muito trabalho de pesquisa, de reflexão, de visão crítica e da vontade de levar a Arte para perto de mais e mais pessoas! A Arte é necessária. A Arte é fundamental. Sem ela o ser humano se embrutece, perde o rumo, se depaupera, se destroi. Neste mundo tão dividido, tão individualista, tão contrário à natureza humana, a Arte nos inspira, nos dá uma percepção diferente do mundo, nos une, nos torna comunidade, nos torna humanos. Nos ajuda a OLHAR para o mundo.

Seguimos em frente com este trabalho, desejando que este BLOG QUE FALA DE ARTE seja cada vez mais lido por cada vez mais pessoas, levando informação sobre eventos de arte,sobre teorias da arte e sobre os artistas. Nossa satisfação em ter alcançado CEM MIL ACESSOS é muito grande!

De todos os lugares do mundo este Blog é acessado. De todos os estados brasileiros pessoas passam por aqui interessadas em saber um pouco mais sobre a arte e o que anda acontecendo no mundo da arte. Este blog já gerou um livro: "As Artes Plásticas na Formação do Professor", lançado no mês de julho passado, com a presença de cerca de cem pessoas. Outros projetos virão, outros frutos irão amadurecer e criar vida, flores novas brotarão...

Sigamos em frente!

domingo, 10 de junho de 2012

Arte para quê?

"Êxtase de Ludovica Albertoni", escultura do italiano Gian Lorenzo Bernini, cerca de 1671
                Desde muito cedo em minha vida, uma atração muito grande para o desenho foi se gestando em mim. Não me lembro dos meus primeiros traços, apagados em minha memória, mas lembro de, com 6 ou 7 anos de idade, eu via se juntar em volta de mim na escola (Colégio do Sagrado Coração, de Caruaru, minha terra natal), uns 3 ou 4 colegas que ficavam me pedindo para desenhar coisas para eles. Talvez tenha sido esse o momento em que eu tenha tomado consciência da arte em mim: quando outras crianças, pequenas como eu, encontravam algum prazer comum em ver traços se trans-formando, tomando formas conhecidas, pelas minhas mãos. E enquanto crescia, na escola, desenhava para mim e para eles mapas, letras, Tiradentes, Jesus cristos, Dom Pedro I e II, paisagens, para aulas de história, religião, artes, geografia. Eu mesma me surpreendia com minha facilidade, mas mais feliz ficava por ter algo em mim que atraía as pessoas e que lhes encantava. Assim como encantava meu pai, que ia me orientando a desenhar as máquinas que ele inventava para a sua serraria. Ou que me contava estórias de caçadas e florestas, que depois eu desenhava; e ele ria, satisfeito.

"O Geógrafo", Jan Vermeer, 1669
A arte satisfaz o homem. Como o alimento e a água que nutrem o corpo, a arte vem nutrindo a alma humana desde os tempos mais remotos. Ainda hoje se questiona sobre o que exatamente a arte possui que cativa as pessoas de todos os tempos, culturas, tradições. O que é Arte?
Muitos autores já escreveram respostas para essa pergunta. Muitos debates, conversas, seminários, interlocuções vêm acontecendo desde os mais antigos tempos para se chegar a alguma aproximação sobre o que é Arte, qual o caráter essencial da Arte, essa capacidade humana que molda o mundo como a casa de todos, num fazer para onde confluem nossas alegrias e nossas tristezas mais profundas. E que nos atrai mais do que pensamos ou prevemos. E que irradia significado para a nossa vida do cotidiano, nos permite seguir em frente nas tarefas da existência, nos dando força para recriar nossas próprias vidas, enquanto vamos moldando o mundo.
A arte nos faz mais humanos, nos faz grupo e nos faz indivíduos.
Cantamos juntos a mesma música; ouvimos em bando silencioso um maestro regendo uma orquestra sinfônica; em grupo estamos no teatro, enquanto Antígona implora justiça para seu irmão morto; no cinema, damos estrondosas gargalhadas diante de Charles Chaplin ou choramos miúdo e quieto diante da morte da mãe do menino de “Roma, cidade aberta”; vamos aos milhões para as ruas das cidades em viradas culturais; mas também nos quedamos solitários, contemplativos diante de uma pintura que nos toca; ou admirados diante dos desenhos de Escher; ou esputefatos, se nos deparamos com as maravilhas criadas por gênios como Michelangelo, Caravaggio, Rembrandt, Vermeer, Velazquez, Rafael, Courbet, Delacroix, Ingres, Sargent, Sorolla...
Pintar e desenhar é um exercício de aprender a ver o mundo. Porque normalmente nós não vemos o mundo. Vemos o trivial, o corriqueiro, o passageiro, o superficial. Quando pintamos e desenhamos, nosso olhar vai penetrando camadas do real que escapa ao olhar comum. E na medida em que vamos penetrando nas coisas, mais informações vão surgindo, mais há o que ver, num exercício de percepção que se aprofunda cada vez mais e que tende ao infinito... O Real é infinito... Nunca olhamos do mesmo jeito para a mesma coisa. Assim como a mesma coisa nunca aparece da mesma forma a cada olhada. A cada olhada, a coisa é outra, o mundo é diferente. Há algo na percepção do mundo que é uma via de dupla mão, e a relação não é nem predominantemente ativa e nem passiva. A coisa observada de alguma forma nos observa, como relatam as experiências da física quântica. O mundo está aí, desde seus primórdios, para ser descoberto. E jamais deixa de ser descoberto, porque infinito.
O autor inglês Laurence Olivier interpretando "Hamlet"
na famosa cena: "to be or not to be, that is the question!"
Mas pintar e desenhar também é uma forma de linguagem para descrever isso que vemos. A Retórica tem seus limites; a gramática é finita. Nenhuma língua humana é capaz de alcançar certos estados da realidade e nossa relação com ela, para descrever, para contar a experiência. Um por de sol maravilhoso, singular, vivenciado em um momento de êxtase, jamais poderá ser contado fielmente, se quisermos narrá-lo a outra pessoa. Há músicas, filmes, peças de teatro – obras de arte – que nos calam, sobre os quais não achamos palavras, todas são pobres, todas rebaixam as experiências, ou, como diria o poeta francês Mallarmé, se coisificam, se mercantilizam. Empobrecem a experiência do Real. Há estados de alma inenarráveis, sobre os quais não há o que se falar, não dá para descrever. Como uma mãe em profundo estado de choque pela perda do filho é capaz de falar da sua dor de uma forma que ela se torne no outro do mesmo tamanho que é para ela? Ou como ser capaz de por em palavras a emoção de um abraço na pessoa amada, depois de tempos sem vê-la? Ou como contar da alegria imensa que sentimos num momento qualquer de realização pessoal?
Cena do filme "Roma, cidade aberta", do diretor italiano Roberto Rosselini,
filmado no período da segunda guerra mundial
Mas pode-se fazer música, poesia, pintura, escultura, dança... com essas vivências para as quais a gramática é pobre. A Arte cria essa ponte entre o Real essencial e a vida cotidiana, numa linguagem inteligível por qualquer ser humano, de qualquer língua, porque a linguagem da Arte é a linguagem mais profunda que vem da alma humana e que une todos os seres humanos.
Mas como vivemos em um mundo desigual, uns se beneficiam da possibilidade da aproximação com obras de arte... O mundo capitalista é mal para a maioria, que corre atrás do cotidiano, sem direito a momentos de fruição dessas possibilidades de REAL-IZAÇÃO do Real em si mesmos. Do Real, essa potencialidade de beleza e de harmonia que nos chama e nos inflama, quando uma janela se abre para ele...
Mas um passarinho canta nesta manhã fria de São Paulo. Da gaiola do apartamento vizinho, ele entoa sons que nada custam, que não tem valor de mercado, que não servem para nada (no sentido utilitário das coisas do mundo atual). Mas que chama a um momento de silêncio, mínimo que seja, para que seu canto nos encante.
Sabiá laranjeira de nossas matas brasileiras

domingo, 18 de março de 2012

Carlos, Thaís, Chico, Arte

Estudo com carvão
Hoje aqui se fez 50 mil acessos! 50 mil! Isso é para se comemorar! 50 mil acessos em menos de dois anos! Se comemorar quando esse mundo vasto mundo é mais belo por causa da pintura, por causa da poesia, por causa da música, por causa da arte. Vasto mundo que não é só violência, só crise, só morte, só tristeza: é também arte, também belo, também exaltação mais pura da alma humana. São 50 mil acessos em quase dois anos de um blog que só fala de arte...

O poeta Carlos Drummond
Mundo mundo vasto mundo...


Semana de comemorações. Fui ver o show-sarau em honra dos 100 anos de nascimento do poeta maior dos brasileiros: Carlos Drummond de Andrade. Com Zé Miguel Wisnik, Arrigo Barnabé, Luis Tati, Arnaldo Antunes, Leda Cartum (que conheci criança e recitou o poema "A moça e o padre" de forma tão bela, tão suave, tão Drummond). E o Emicida que passeava pelo palco questionando um José, um eu, um Maria José, um você, um de nós...

          "Com a chave na mão
          quer abrir a porta,
          não existe porta;
          quer morrer no mar,
          mas o mar secou;
          quer ir para Minas,
          Minas não há mais.
          José, e agora?
(...)
          Sozinho no escuro
          qual bicho-do-mato,
          sem teogonia,
          sem parede nua
          para se encostar,
          sem cavalo preto
          que fuja a galope,
          você marcha, José!
          José, para onde?"

E José Miguel Wisnik na coordenação do que ali se lia de poesia e que entoou "A Máquina do Mundo", um dos poemas mais belos da literatura brasileira. E que me fez voltar para casa, lágrimas nos olhos, pensando em como é bom ver grupos enormes, filas imensas, aglomerações gigantes de pessoas em torno da poesia, da música, da pintura. Da vida, enfim. Que Arte é vida.


Enquanto transitava pelas ruas abarrotadas de carro dessa cidade imensa, levando a poesia de Drumond em meu coração, ia lembrando frase a frase de "A flor e a náusea" porque eu também....


"Preso(a) à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?


Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.


Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase."


Sim, que tristes são. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. Que triste é o mundo sem a poesia. Que tristes as coisas sem arte... Que tristes são os que perderam o rumo das coisas belas e que perderam as cifras e os códigos sob a pele das palavras e que já não desnudam-desvelam o real de debaixo de seus olhos... 

Thais Gulin
Mas na sexta, fui ver Thaís Gulin, poeta-cantora, completando as indagações perenes da minha alma de artista neste mundo vão, mundo quase cão. Caótico mundo complicado entupido das pasteladas de outras influências culturais que castram a nossa e com Thais Gulin eu repito que "prefiro os nossos sambistas" a esses outros que se sentem tanto tão:


"Tão homem tão bruto tão coca-cola nego tão rock n'roll
Tão bomba atômica tão amedrontado tão burro tão desesperado
Tão jeans tão centro tão cabeceira tão Deus
Tão raiva tão guerra tanto comando e adeus


Tão indústria tão nosso tão falso tão Papai Noel
Tão Oscar tão triste tão chato tão homem Nobel
Tão hotdog tão câncer social tão narciso
Tão quadrado tão fundamental


Tão bom tão lindo tão livre tão Nova York
Tão grana tão macho tão western tão Ibope
Racistas paternalistas acionistas...


Prefiro os nossos sambistas!"


Do coração-poeta-cantor-sambista da música que sai da alma dela que parece cantar na beira do cais num fim de tarde onde o mar e o céu já se fundiram numa só massa de luz:


"Vai pensar, em morar perto das mulatas
Vai pensar
Em concordar com as demoras, vai pensar
No tilintar da Lapa, vai pensar
Na confusão das horas cariocas.


Vai saber, de um cabaré nas docas
Vai saber
Se a noite somos todas pardas, vai saber
Que o que mais quero é não ter sardas, vai saber
Por que mulher, por quem me trocas?


Ah... por quem teu sol se põe?
- Eu não sei, eu não sei, eu não sei
Ah... e quem é que vai levar?
- Seja eu, seja eu, seja eu"


Seja eu...

Chico Buarque
Terminei meu périplo cultural de fim de semana indo ver de perto de novo Chico Buarque de Holanda. Eu e... quantos milhares de pessoas já viram e ouviram ou verão e ouvirão essa enxurrada de poesia em forma de música que sai das profundezas da alma de Chico? Quantas milhares de vozes entoaram, como hoje, junto com ele, num gigante coral de vozes de todas as idades, cantando que


"Sem você
É o fim do show
Tudo está claro, é tudo tão real
As suas músicas você levou
Mas não faz mal.
Sem você
Dei para falar a sós
Se me pergunto onde ela está, com quem
Respondo trêmulo, levanto a voz
Mas tudo bem..."


Tudo bem porque a vida vai em frente mesmo quando à deriva de ventos contrários, e o movimento de tudo nos obriga a caminhar, mesmo quando sirenes em estardalhaço nos tiram do sossego e criam medo em nós. Mas tudo bem quando todo esse reboliço vira arte e a gente esquece das mazelas quando canta, quando pinta, quando escreve, quando lê poesia, quando vê de fato o mundo.


E quando a gente é um com Carlos Drummond, Thais Gulin, Chico Buarque... Poesia, Música, Poesia.



Arte. Sem ela a vida não há. Ela "diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível"... né, Leonardo da Vinci?



As coisas consideradas sem ênfase são tristes... Mas o poeta garante que uma flor nasceu. E hoje também é meu aniversário.



E viva a Arte!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"O tempo em que o mundo tinha a nossa idade"



"Quero pôr os tempos em sua mansa ordem, conforme esperas e sofrências. Mas as lembranças desobedecem, entre a vontade de serem nada e o gosto de me roubarem do presente. Acendo a estória, me apago a mim. No fim destes escritos, serei de novo uma sombra sem voz.
Sou chamado de Kindzu. É o nome que se dá às palmeiras mindinhas, essas que se curvam junto às praias. Quem não lhes conhece, arrependidas de terem crescido, saudosas do rente chão?"


Terminei de ler "Terra sonâmbula" de Mia Couto, escritor moçambicano que transforma prosa em verdadeira poesia. Como Guimarães Rosa - que ele conhece bem - qualquer coisa do mundo, mesmo a fome, mesmo a guerra, mesma a solidão... vira coisa bela. Para mim, isso faz o artista: captura qualquer imagem do seu mundo, tempera-a com o fogo de seu próprio coração, após atravessar muitas vezes a barreira de lágrimas formadas em seus olhos, e devolve ao mundo o que viu e sentiu, em forma de arte. Para que as pessoas possam ver o mundo, ver e rever, perceber, com outros olhos. Ver, rever, perceber, mudar o mundo.


Me lembrei de uma frase do poeta Mário Quintana, que, com sua licença, faço uma adaptação: A Arte não muda o mundo, a Arte muda o homem. E o homem  muda o mundo...


Fiquei com vontade de pintar o rosto de Kindzu, um Kindzu já velho, pleno de experiência, marcado pelos sofrimentos da sua gente moçambicana, repleto da mais pura poesia que sai de seus olhos vermelhos. Em nossa língua portuguesa.


Acima está o meu "Kindzu dos olhos vermelhos", pastel sobre papel canson.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Grandes exposições em 2012

Desde outubro de 2011, inúmeros eventos marcam o Ano da Itália no Brasil, com espetáculos artísticos e culturais que vão desde apresentações de teatro, arte, música, feiras, festas, esportes e cinema, que marcam as profundas relações culturais entre os dois países.


O Brasil possui mais de 30 milhões de descendentes de italianos, que moram sobretudo em São Paulo, que será um dos grandes palcos desses acontecimentos artísticos e culturais. Mas a programação do Momento Itália-Brasil não se restringe a São Paulo: estará presente em todo o Brasil, como mostra esta Programação (clique aqui para abrir o arquivo em PDF).


Destacamos dois grandes eventos, entre outros (mostras dos artistas Eliseu Visconti, Amadeo Modigliani, De Chirico, Maria Bonomi, etc):


1 - Roma – A Vida e os Imperadores
Cícero, arquivo da Galeria
Uffizi


No MASP, em São Paulo, a partir de 25 de janeiro.


Essa exposição (que já passou por Belo Horizonte) pretende recontar a trajetória do povo e dos imperadores romanos no período tardio da República e primeiros séculos do Império Romano por meio da arte, da arquitetura triunfal, das cerimônias de poder, da vida cotidiana, das célebres conquistas e da opulência do Império. É a primeira vez que esse acervo sai de instituições da Itália como o Museu Arqueológico Nacional de Florença, o Museu Nacional Romano, o Museu Nacional de Nápoles, o Antiquário de Pompéia, o Museu Arqueológico de Fiesole e a Galeria Uffizi.


O curador, Guido Clemente, professor de História Romana da Universidade de Florença, escolheu privilegiar o ponto de vista do exercício do poder por parte dos imperadores de Roma. A variedade das peças trazidas ao Brasil permite ao visitante visualizar um pouco como foi o mundo do império romano em seus diversos aspectos, desde o poder do Imperador até aspectos da vida social e familiar, da escravidão, da economia, da religião, do trabalho, das moradias.


Baixo-relevo com Vendedor de Travesseiros,
da Galeria Uffizi
Lá estarão expostas três paredes com afrescos da Vila de Pompéia, estátuas de Júpiter, de Lívia (esposa de Augusto) e da deusa Isis, a Cabeça Colossal de Júlio César em mármore, máscaras teatrais, escultura de Calígula, Armadura de Gladiador, desenhos do Coliseu, a Lamparina de Ouro e cerca de 60 joias.


Roma - A Vida e os Imperadores foi estruturada em ordem cronológica. O ponto de partida é o processo de estabelecimento do Império, período revivido por meio da vida e obra de César e Augusto, seus fundadores, e o destino final é o terceiro século, considerado o apogeu do domínio de Roma.


São quatro as divisões da exposição:
1. Entre César e Augusto: o nascimento do Império
2. Nero
3. O apogeu do Império
4. Um Império multicultural


No total são 370 peças e obras originais do período tardio da República e primeiros séculos do Império Romano. 


Local:  1º  e 2º subsolos do MASP (Avenida Paulista, 1578).


2 - Caravaggio e os Caravaggescos


Narciso, Caravaggio
Como já havíamos anunciado antes aqui neste Blog, a exposição Caravaggio e os Caravaggescos trará ao Brasil um conjunto de 24 pinturas nunca antes vista por aqui, que percorrerá os estados de Minas Gerais e São Paulo.


A mostra contará com oito obras do mestre do Barroco italiano, Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610), e mais 16 pinturas realizadas por seus seguidores, os chamados “caravaggescos”. 


São eles: Giovanni Baglione (1573-1644), Orazio Gentileschi (1563-1639), Artemísia Gentileschi (1597-1652), Carlo Saraceni (1579-1620), Mattia Preti (1613-1699), Bartolomeo Cavarozzi (c. 1590-1625), Giovanni Antonio Galli conhecido como Spadarino (1580-1650), Tomaso Salini (1575-1625), Giovanni Serodine (1600-1631), Giuseppe Vermiglio (c. 1585-c. 1635), Niccolò Musso (1580/90-c. 1622) e Lionello Spada (1576-1622).


São Francisco em meditação,
Caravaggio
De 03 de abril a 03 de julho de 2012:


Casa Fiat de Cultura
Rua Jornalista Djalma Andrade, 1250 - Nova Lima MG
+55 31 3289.8900 | Fax +55 31 3289.8920
www.casafiatdecultura.com.br
Terça a sexta das 10 às 21hs | sábados domingos feriados das 14 às 21hs


De 12 de junho a 19 de agosto de 2012:
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP
Av. Paulista, 1578 - São Paulo SP
+55 11 3251.5644 | Fax +55 11 3284.0574
masp.art.br
Terça a domingo das 11 às 18hs | quinta das 11 as 20hs




São João Batista, Caravaggio
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Além destas, outras exposições estão sendo programadas para 2012:

1. Portinari - Memorial da América Latina - exposição dos murais “Guerra” e “Paz”
6 de fevereiro a 21 de abril


2. Índia - CCBB
Mais de 300 peças que tratam da religiosidade indiana, da vida de sua população, da formação da Índia moderna. (Esta exposição está atualmente no CCBB do Rio de Janeiro)


3. Alberto Giacometti - Pinacoteca
Primeira exposição retrospectiva no Brasil com cerca de 70 esculturas, de vinte a trinta pinturas, 60 a 80 obras sobre papel e trinta fotografias provenientes da Fondation Giacometti e outras coleções.
De 26 de março a 17 de junho (vai também para Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre)


4. Giorgio de Chirico - Masp
De 19 de junho e 20 de setembro.
45 pinturas e onze esculturas produzidas entre os anos 60 e 70, além de 66 litografias de 1930, apresentadas juntas pela primeira vez. A exposição passará por Belo Horizonte e Porto Alegre.


5. Homenagem a Lina Bo Bardi - Casa de Vidro
A arquiteta recebe homenagem no segundo semestre de 2012. 15 nomes estão confirmados, entre eles o holandês Rem Koolhaas, o brasileiro Cildo Meireles, o argentino Adrian Villar Rojas, o estadunidense Arto Lindsay, o francês Dominique Gonzalez-Foerster e o inglês Norman Foster.


6. II Bienal de Graffiti - Mube
Entre setembro e outubro de 2012, com artistas nacionais e internacionais, contando a história do graffiti no Brasil e no mundo, influências recebida de movimentos artísticos do século XX e tendências atuais