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quarta-feira, 24 de abril de 2019

David Leffel, o artista da luz

Natureza-morta, David Leffel, óleo sobre tela
Todos os que me conhecem mais de perto, sabem da minha grande admiração pelo artista norte-americano, que hoje tem por volta de 85 anos de idade: David Leffel. Reproduzo abaixo o artigo introdutório ao livro "Oil painting, secrets from a master", de Lynda Cateura, que foi sua aluna. 

Neste artigo, de autoria de outro artista, Gregg Kreutz, podemos saber um pouco mais sobre o pensamento pictórico deste grande mestre.

LEFFEL, O ARTISTA
Autorretrato, David Leffel,
óleo sobre tela

Fui conhecer David Leffel pessoalmente, após ter visto suas pinturas. Para mim, esse momento descrevo como uma espécie de  choque... Suas pinturas parecem a princípio elegantes mas austeras - e uma das características pessoais mais marcantes de David é sua aconchegante simplicidade. Ele adora uma boa história, conta piadas maravilhosas e é essencialmente uma pessoa calorosa. Se houver alguma aparente disparidade entre David e suas pinturas, isso, no entanto, é uma ilusão. Elas são impressionantes, mas, como ele, também são acessíveis e tocantes.

Lembro-me de ir ao estúdio de David pela primeira vez. A sala estava tão pouco iluminada que, seu interior, incluindo meu anfitrião, mal se distinguia. Quando meus olhos se ajustaram, no entanto, vi armações, cavaletes, adereços de natureza-morta e pinturas espalhadas pelo estúdio. No centro de tudo, quase diretamente sob a clarabóia, havia uma velha mesa frágil com algumas cebolas e uma velha panela sobre ela.

Havia uma pintura ao lado da mesa e quando olhei para ela, fiquei chocado! Em vez de retratar a coleção aleatória de objetos que vi, a pintura forçou-os a desempenhar papéis em um drama convincente de luz. As cebolas emergiam de uma sombra escura, ficando mais claras e leves, de certo modo levando a luz ao ponto focal da panela amassada. Com rico impasto e cor quebrada, o pote destacava-se majestosamente contra o fundo escuro, amassado e enferrujado, quase um heróico sobrevivente. A pintura não alterara nada na configuração. Na verdade, parecia mais real. Mas de alguma forma, Leffel transformou o temporário em algo eterno.

Todas as pinturas de Leffel têm essa qualidade. Seja qual for o assunto, ele consegue encontrar algo para tirar a imagem do literal para o reino da poesia. Cada pintura é sobre algo muito diferente de suas simples aparência. Embora um autorretrato, por exemplo, possa ser incrivelmente fiel à aparência de David, também pode evocar uma resposta mais profunda. Estou pensando em uma que mostra David olhando atentamente para fora de uma escuridão sombria, seu rosto apenas parcialmente iluminado, sugerindo uma busca interior. A iluminação sombria descreve a busca interna. A obscuridade e intensidade de seu olhar sugerem a dificuldade de tal busca.


"A cegueira de Sansão", Rembrandt, 1636, Frankfurt, Alemanha
Esse tipo de busca do uso funcional da luz é uma das qualidades mais distintivas da pintura de Leffel. A luz leva o espectador em direção à imagem central. Quando atinge este ponto focal, ela é geralmente mais intensa, e assim o olho pode descansar naturalmente.

A luz, nas mãos de David, torna-se a ferramenta com a qual ele dirige o olho para o que é  significativo. Este conceito (ser conduzido através da pintura pela luz) é um dispositivo que Rembrandt empregou consistentemente. Rembrandt é um exemplo óbvio de um grande artista cujas pinturas sempre usaram a luz para ajudar a contar a história. Em sua pintura sobre a cegueira de Sansão, por exemplo, as lanças, os soldados e a luz estão todos voando em direção aos olhos dele com uma violência vertiginosa. A luz não apenas ilumina a cena - é um participante ativo no drama.

Leffel não faz segredo de sua admiração por Rembrandt, e em muitos aspectos pode ser visto como um herdeiro daquele grande mestre.

Uma pintura realista que combina precisão perspicaz com beleza, preenche uma das nossas mais profundas esperanças - de vivermos em um mundo harmonioso. As pinturas de Leffel consistentemente fazem essa afirmação, pois ele é um artista supremo.

Gregg Kreutz
Artista de Nova York, 1984

Natureza-morta, David Leffel, óleo sobre tela
Natureza-morta, David Leffel, óleo sobre tela
Autorretrato no ateliê, David Leffel, óleo sobre tela
Estudo em óleo sobre tela, David Leffel

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A arte russa do século XX - o Realismo Socialista - FINAL

"Pomar em flor", Alexandr Gerasimov, 1935
óleo sobre tela, 124 x 133cm, Coleção privada
Há ainda hoje um profundo desconhecimento sobre a arte russa do século XX a partir de 1930, eivado de observações com viés ideológico de forte caráter emocional. Desde a Guerra Fria, tudo o que diz respeito à arte da URSS tem sido estereotipado, rejeitado, subestimado… Estas são observações do crítico e pesquisador inglês Matthew Bown, autor do livro “Realism Socialist Painting”.

Há anos esta questão me intrigava: por que se diz - inclusive entre a esquerda - que era tão ruim a arte russa do Realismo Socialista?

- “Porque foi imposta... arte doutrinária... dirigismo”... são críticas bem comuns de se ouvir.

Mas... isso não é uma novidade no mundo da arte! A arte bizantina foi uma estética imposta; boa parte da arte do Renascimento foi dirigida pela Igreja, que contratara os melhores artistas para produzirem arte de propaganda religiosa; a arte acadêmica francesa era tão imposta que Gustave Courbet e depois os pintores Impressionistas tiveram que enfrentar seus teóricos e militantes para ter liberdade de pintar outros temas e de outra maneira; o maior dirigismo artístico aconteceu nos EUA que impôs a arte abstrata como estética desde o final da década de 1940; o sistema da arte contemporânea - na atualidade - impõe a arte que interessa ao mercado, que lucra bilhões de dólares com ela, escolhendo aqueles artistas que se enquadram em seu sistema e se curvam à sua estética… Então!

Então a crítica à arte russa pós-1930 usando esses argumentos, é, no mínimo, desconhecimento da história da arte, e da manipulação da arte feita pelo próprio capitalismo…

Capa do livro
Em 2008, 2010 e 2017 pude ver de perto - em viagens a Berlim, Varsóvia e Londres - exposições sobre arte soviética. E o que vi, vai muito além do conceito de “arte de propaganda”, reforçando minha convicção de que até mesmo a esquerda se deixa influenciar pela propaganda ideológica iniciada na Guerra Fria...

Nesse meio tempo, tive acesso ao livro “Realism Socialist Painting” publicado em 1998 por um professor da Yale University de Londres, nada comunista, nada marxista… O livro, além de um texto denso, possui 544 ilustrações. Matthew Cullerne Bown tem se dedicado à pesquisa sobre a arte russa, sendo considerado uma autoridade atual no assunto. É autor de mais dois livros: “Contemporary Russian Art” e “Art under Stalin”.

Em “Realism Socialist Painting”, logo nos primeiros parágrafos, dei com os olhos na seguinte afirmação do autor: “a história do Realismo Socialista é a história de um extraordinário movimento de arte do século XX”.

Ele propõe uma visão sobre a arte soviética que vá além da arena político-ideológica, criticando o fato de que todos os que se debruçaram sobre o tema, sempre foram muito mais guiados pelo viés político. A começar pela publicação, já em plena Guerra Fria, de um livro de autoria de Konstantin Umanski, a partir do qual foram se criando narrativas homogêneas “a fim de dar a impressão de que a arte da Vanguarda tinha sido a única contribuição russa para a arte do século XX” (Bown). Esta posição foi reforçada pelo livro da inglesa Camilla Gray, “Experimento. Arte russa” publicado em 1962, que gerou grande quantidade de publicações, onde se admirava a Vanguarda Russa como baluarte da arte do século XX. Ele analisa detalhadamente a opinião de vários desses autores, discordando de todos.

"Moça com camiseta de futebol"
Alexandr Samokhvalov, 1932
óleo e têmpera sobre tela
102 x 64cm, Museu Estatal
Russo de São Petersburgo 
Diz Matthew: “É correto e razoável ligar a vanguarda russa com a ocidental. Mas a exclusão da arte soviética de depois de 1922 por um número enorme de ‘histórias da arte’ do século XX, equivale a uma significativa deformação da nossa história da arte”.

Mas Bown cita também a tese do filósofo Boris Grois, segundo o qual a arte russa, sob Stalin, “foi, em última análise, responsabilidade dos artistas da vanguarda” que tinham um discurso artístico-político dentro do qual cada decisão concernente à construção estética do trabalho artístico era avaliado como uma decisão política e vice-versa. Grois afirmou que “a estetização da política, no que diz respeito às lideranças do Partido, era apenas uma reação à politização da estética”. Os futuristas soviéticos, assim como os outros artistas de vanguarda, se inspiravam nas ideias de revolucionários como Anatole Lunacharsky. “Não o contrário”, diz Bown. Lembre-se de que as ideias de Lunacharsky sobre arte incluía a defesa de uma arte de classe, plenamente identificada com o proletariado em processo revolucionário.

Mas até o final da II Guerra havia um certo flerte dos norte-americanos em relação à URSS, incluindo o Realismo Socialista. Clement Greenberg, influente crítico de arte que depois se tornaria agente da CIA, no começo dos anos 1930 nutria simpatias pelo Socialismo. Também como ecos do coletivismo pregado na URSS que dava apoio estatal para os artistas, o governo dos EUA criou também o “Federal Art Project”, que passou a dar apoio financeiro a milhares de artistas norte-americanos. Diego Rivera, artista mexicano e comunista declarado, recebeu apoio nos EUA para criar uma série de murais onde apareciam Lenin e outros líderes marxistas. “Apesar disso ser tão surpreendente…”, observa Bown.

No mundo das histórias em quadrinhos surge nos EUA, em 1930, a figura do Superman, que compartilha com as imagens do Realismo Socialista as ideias sobre o “Novo homem”, o Super Homem, másculo, ativo, que apontava para o alto e para além, o defensor dos fracos… e que possui uma capa… vermelha!

O embaixador dos EUA em Moscou, na década de 1930, Joseph Davies, se tornou - segundo Bown - o maior colecionador individual de pinturas do Realismo Socialista. Através dele e de outros, como o artista ex-futurista David Burlyuk, a arte soviética se tornou conhecida nos salões de Nova Iorque, onde convidados apresentavam essa arte para amplas audiências norte-americanas.

Mas Greenberg publicou um ensaio em 1939 intitulado “Vanguarda e kitsch”, onde define a cultura dominante na URSS - o Realismo Socialista - como kitsch, assim como o cinema de Hollywood da época. Mas Greenberg, diz Bown, “parece ter reconhecido que tal arte foi capaz de alcançar um alto grau técnico”, uma arte que falava às massas, com quem tinha “empatia”.

É preciso lembrar que até o começo da Guerra Fria, os artistas norte-americanos tinham liberdade de expressão. Após a II Guerra, em solo norte-americano “arte realista era arte comunista”; e eram perseguidos, no período do macartismo, os artistas que se identificassem com isto. Acrescenta Matthew Bown: “Na América e Europa Ocidental predomina a Abstração, promovida pelos críticos (e pela CIA, pelo Conselho Britânico e por outros órgãos governamentais) como metáfora de liberdade e de predomínio da individualidade. Enquanto na URSS, o Realismo Socialista reivindicava o predomínio da coletividade e da responsabilidade social”.

A campanha anti-soviética se espalhou no final dos anos 1940 e “moldou as atitudes ocidentais em relação ao Realismo Socialista desde então.”

"Amigas", Fedor Sychkov, 1930,
81 x 68cm, coleção privada
O consenso criado entre os críticos de arte era o de que a arte contemporânea "importante" é aquela cujas características estão intimamente associadas ao Modernismo, que possuiria, este sim, uma visão "original”. Esse consenso incluiu artistas e intelectuais de esquerda.

Em 1990, Igor Golomstock, um russo emigrado, publicou o livro “Arte totalitária” que inaugurou a moda de ligar a arte russa e a imagem de Stalin ao totalitarismo, informa Matthew Bown. “Mas”, diz ele, “dispenso o modelo totalitário, porque é pouco útil para desvendar a arte soviética”. Falar de “totalitarismo” em relação à arte soviética, segundo ele, reduz a pesquisa e restringe a investigação, simplificando “demais os debates sobre a forma artística que permaneceu em atividade durante todo o período soviético”, de 1930 até o final de 1980.

O professor Bown se diz contrário a avaliar o Realismo Socialista como um monolito imutável. A arte pictórica produzida na URSS não estava restrita àquela que depois ficou conhecida no Ocidente: punhos erguidos para o alto, retratos de Stalin. Ele afirma que o controle maior sobre a arte, por parte do Estado soviético, estava mais restrito às grandes cidades como Moscou e São Petersburgo. No país inteiro artistas produziam fertilmente. “A pintura do Realismo Socialista, amplamente definida, compreende um excelente movimento do nosso século na pintura realista”, diz Bown, que segue: “Ela envolve o patrocínio da pintura realista numa escala incomparável em qualquer lugar do mundo e engaja, por décadas, o talento de milhares de artistas através de um vasto e multiracial império”. 


“Dia de sol”, Mai Dantsing, 1965, óleo sobre tela, 188x208 cm, Coleção privada
Como surgiu o Realismo Socialista

A Rússia do começo da década de 1930 era um país em reconstrução. Havia passado por anos de guerra civil, por períodos de fome generalizada. Stalin defendia a necessidade urgente da industrialização do país e da construção de instrumentos sólidos de defesa militar contra os ataques que viriam.  A produção industrial e agrícola aumentou ao longo do período. O racionamento de alimentos básicos foi revogado em 1935. Em discurso ao I Congresso de Todos os Sindicatos Stakhanovitas em novembro, Stalin estabeleceu o tom oficial da década, pronunciando a notória frase: "A vida melhorou, camaradas, a vida ficou mais alegre". 

O termo “Realismo Socialista” apareceu pela primeira vez em maio de 1932 na revista “Novo Mundo”, principal fórum de discussão teórica. Em 26 de outubro, em um encontro entre escritores e Stalin realizado na casa de Maximo Gorki, os princípios do Realismo Socialista foram expostos com algum detalhe. Bown diz que entre 1932 e 1934 foram publicados 64 artigos sobre o tema, o que mostra o amadurecimento do debate sobre o assunto. Em 1933, o próprio Gorki publicou o ensaio "Sobre o Realismo Socialista". 


"A Mãe", Alexandr Deineka, 1932,
óleo sobre tela, 20 x 159 cm,
Galeria Tretyakov
Em 1934, no I Congresso dos Escritores Soviéticos, realizado em Moscou, Andrei Zdanov, Gorki e Igor Grabar apresentaram o Realismo Socialista a uma audiência internacional. A composição dos delegados a este Congresso, segundo Bown, era: 27% de operários; 43% de camponeses; 13% de intelectuais; outros grupos sociais e convidados estrangeiros, completavam os outros 17%.

Mas enquanto isso ocorria, a vida artística fervilhava. 

Em abril de 1932, um Decreto do CC do PCUS havia fundado a União Nacional dos Artistas Soviéticos. Também foram criados comitês municipais de artistas em Moscou e Leningrado inicialmente e, nos anos seguintes, em outras regiões do país. Nesse novo contexto, encerrava-se o antagonismo entre os diversos grupos e se criava uma força dominante no mundo da arte. O comitê municipal dos artistas de Moscou, o mais importante, reunia artistas de várias categorias, não só pintores. Era um verdadeiro “corpo de elite” - observa Bown - e durante a década de 1930 havia mais artistas deixados de fora dele do que aceitos, tal era o nível artístico dos membros da União Nacional. Em 1933, esta entidade já contava com cerca de 600 membros. Em 1937, as uniões municipais chegavam a abrigar cerca de 2.500 artistas.
Detalhe de “Trabalhador
do setor energértico”, Isaac Brodsky,
1932, óleo sobre tela, 98x125 cm,
Museu Brodsky de São Petersburgo

A União Nacional dos Artistas Soviéticos era também um fórum de debates, onde as orientações da direção do Partido eram transmitidas. Seu conselho era eleito por uma reunião geral de membros, mas a lista dos candidatos ao comando principal era elaborada pela fração partidária dos artistas. Durante a década de 1930, esses nomes eram confirmados pelo Politburo, o Comitê Central. Pela sua importância, o comitê municipal de Moscou seguia as mesmas regras. 


Quinzenalmente realizava-se em Moscou assembleias de artistas em que seus trabalhos eram avaliados. Eram um evento significativo na vida artística da capital que reunia pintores e críticos bem conhecidos. As pinturas eram exibidas num palco e ficavam sujeitas às críticas da assembleia. Vladimir Kostin, um dos artistas, descreveu o evento como extremamente popular e respeitado, verdadeiras aulas de pintura.

A reorganização da educação artística nacional começou em meados de 1932. Em um discurso para os diretores de escolas de arte no verão daquele ano, Arkadev, chefe do departamento de arte da União, pediu um retorno aos métodos tradicionais de educação artística e disse: "Nós não precisamos de artistas que não conseguem desenhar". 

Em outubro do mesmo ano, foi reorganizada a Academia de Artes, que incluía: um Instituto de História da Arte, um Museu, uma Biblioteca e diversos laboratórios. Um decreto de abril de 1933 definiu a nova Academia como "uma instituição de pesquisa científica e científico-consultiva no campo das artes visuais e espaciais, e também uma instituição para a preparação de quadros artísticos com maior qualificação."

Os métodos soviéticos de ensino de arte foram moldados para produzir pintores com alta formação técnica, o que deveria também “elevar a criação da mais brilhante escola de pintura realista do século XX”, completa Matthew Bown.

Realismo Socialista?


"União em Sebastopol", Georgi Nisski, 1935,
óleo sobre tela, 77 x 101 cm,
Museu de Arte de Nizhni-Novgorod
O próprio termo é contraditório. Segundo seus teóricos, seria uma arte "realista em forma e socialista em conteúdo". Realista significa fidelidade à verdade, ao real. Socialista significava com “conteúdo de classe” e em convergência com as ideias do Partido. O objetivo era influenciar o pensamento, o sentimento e o comportamento das massas numa remodelação e reeducação do povo no espírito do Socialismo. As palavras Pravda - Verdade - e Pravdivost - Verdadeiro - se tornaram temas de amplos debates. Muitos deles referindo-se aos princípios do grupo “Os Itinerantes” do século XIX, e pintores realistas, entre eles Ilya Repin. 

Mas o conceito em si era pleno de idealismo!

Logo se viu que havia uma contradição no termo “realismo socialista”, pois a orientação era mostrar o futuro brilhante que o Socialismo traria. Mantinha a visão utópica, eivada de "romantismo revolucionário" e de um otimismo obrigatório. Gorki, Jdanov, Brodsky e Lunacharsky faziam esforços conceituais para dar coerência ao termo. Defendiam que Realismo, no caso, era ter uma visão "dinâmica" do mundo. Não era a busca da documentação da realidade como ela era, mas pintar a verdade sobre um país em mudança, ou seja, uma “verdade em movimento”.

Dinamov, em seu discurso para artistas de Moscou em 1932, disse: "Precisamos de realismo, mas não na compreensão pedante da palavra. Queremos que o artista retrate não só o que é, mas o que será”. Na tentativa de resolver essa contradição, Gorki defendia a necessidade de olhar para a vida atual "desde o auge dos grandes objetivos do futuro". E Jdanov: a realidade "em seu desenvolvimento revolucionário". E Lunacharsky: “Uma pessoa que não entende o desenvolvimento nunca verá a verdade, porque a verdade não se parece a si mesma, ela não fica quieta; a verdade flutua, a verdade é desenvolvimento, a verdade é conflito, a verdade é luta, a verdade é amanhã e assim deve ser vista. Quem não vê isso assim é um realista burguês”...

O romantismo revolucionário - também ressuscitando as ideias românticas do século XIX - se tornou um componente natural: a arte deveria inculcar amor pela vida e inspirar o sentimento da espera apaixonada pelo futuro.

“Embora fosse, é claro, um meio de justificar e fortalecer a propaganda partidária, o poder desse Utopismo - tanto seu poder sobre os artistas quanto seu poder sobre o público - decorreu do fato de que também era um reflexo dos sonhos e dos esforços das pessoas, que sofreram e aguentariam enormes privações na esperança de um amanhã melhor”, explica Matthew Bown.
“Marusia – uma mulher dos anos 1920”, Geli Korzhev, 1983,
óleo sobre tela, 97x226 cm, Coleção privada

Desenvolvimento da arte soviética


Em 1932, a retomada do funcionamento da Academia de Artes de Leningrado (São Petersburgo) e do Instituto de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscou serviram, por si sós, a dar um tremendo fôlego à formação artística de jovens russos. Duas outras grandes cidades também criaram suas próprias escolas de arte, como Kiev e Tbilisi. Estes estudantes tornaram-se objeto de especial atenção no mundo da arte, inclusive fora do país. Havia exposições públicas anuais de suas obras, em museus, fábricas, galerias, lojas. O Museu Pushkin e a Galeria Tretyakov receberam essas mostras; em uma delas participaram cerca de 500 artistas.

Além disso, nas maiores cidades também surgiam escolas de arte destinadas a crianças maiores de 12 anos, preparatórias para entrar nos grandes institutos de Moscou e Leningrado. “Igor Grabar observou em um artigo de 1940 que estudantes destas escolas já estavam realizando composições profissionais aos 14 anos de idade”, observa Bown.

Emissários eram enviados para descobrir talentos jovens em todo o país. Um dos exemplos mais notáveis ​​foi o do jovem Stepan Dudnik, um órfão que, na década de 1930, estava fazendo trabalho pesado na construção do Canal do Mar Branco. Sua aptidão para o desenho foi notada e, com a ajuda de Gorki, ele foi enviado para fazer o curso de pintura no Instituto de Moscou. 

Matthew Bown destaca que a origem social desses artistas estudantes era 80 a 90% feita de trabalhadores e camponeses. A presença camponesa ainda era preponderante e, por causa disso - aponta o professor - nota-se a grande quantidade de pinturas de paisagens ou cenas da vida no campo.

"Um camponês", Vassili Yakolev, 1942,
óleo sobre tela, 65 x 50 cm,
Galeria Tretyakov
Sob direção do pintor Isaac Brodsky, em 1934, a Academia de Leningrado mantinha o método de instrução acadêmica bastante rigoroso, com particular ênfase no desenho. O sistema de ensino era baseado na observação da natureza e também nos estudos com modelo-vivo, considerado elemento central no processo educacional. A mesma diferença de abordagem na formação entre a Academia de Leningrado e  o Instituto de Pintura de Moscou, que se iniciara no século anterior, permaneceu: a Academia enfatizava a disciplina do desenho acima de tudo, enquanto Moscou enfatizava as qualidades pictóricas, com ênfase na pintura tonal e na prática da "pincelada ampla".

Em dezembro de 1939, por ocasião do 60º aniversário de Stalin, foi criado o Prêmio Stalin, que pagava até 100 mil rublos por trabalhos destacados nas ciências e nas artes. Isso era um incentivo excepcional para os artistas, que também já recebiam inúmeros pequenos outros prêmios e até mesmo bolsas de estudo para sua formação nas grandes escolas de arte.

Com tanto incentivo, alguns artistas mais premiados, montaram seus estúdios, muitos com aquecimento central e acessíveis por elevador, nos prédios da rua Maslovka, que aglutinava muitos desses ateliês e era uma verdadeira colônia de artistas em Moscou. Claro que havia escassez de material de arte, coisa que mereceu um artigo no jornal Pravda...

Grandes exposições de arte ocorreram entre 1932 e 1939, incluindo duas internacionais: em Paris (1937) e Nova Iorque (1939). A grande exposição da década, intitulada "A indústria do Socialismo", inaugurada em Moscou em 1939 atraiu dezenas de milhares de pessoas. Foi um enorme evento de arte, onde os artistas apresentaram também imensos paineis e murais, além de centenas de pinturas de todos os formatos. Em 1942 havia sido marcada uma exposição organizada por todos os sindicatos intitulada "Nossa terra nativa" destinada a marcar o 25º aniversário da Revolução. Nela, os artistas tinham livre escolha dos temas. Mas a II Guerra impediu sua realização.

Matthew Bown faz um profundo estudo sobre a arte soviética que alcança até o final dos anos 1980. Mas nos focamos em sua pesquisa sobre os anos 1930, com o intuito de informar que, muito além da imposição de uma estética para as artes, as políticas culturais do governo soviético naquele período causariam inveja a qualquer artista de país capitalista!


O tremendo movimento de arte pictórica realizado na URSS até 1989 é um evento a ser resgatado por historiadores de arte, pesquisadores e artistas. Inclusive para rever o que foi a verdadeira campanha internacional de degradação da arte do Realismo Socialista que atingiu até mesmo os comunistas. Não é possível incluir no mesmo caldo, de forma monolítica, toda a arte produzida naqueles país durante 70 anos! Enterrar o empreendimento criativo de artistas individuais e rebaixá-los dentro do mesmo edifício crítico e curatorial desta visão reducionista é, no mínimo, leviandade acadêmica.

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Referências bibliográficas:
BOWN, Matthew Cullerne. Realist Socialist Painting. Londres: Yale University Press. New Haven & London. 1998.

GRAY, Camilla. O Grande Experimento. Arte Russa 1863-1922. São Paulo: Worldwhitewall Editora Ltda. 2004.
FERNANDES, Luís. Revolução Bipolar. São Paulo: Editora Anita Garibaldi. 2017.
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ABAIXO, MAIS ALGUMAS IMAGENS DE OBRAS DO REALISMO SOCIALISTA:


Dom Quixote e Sancho Pança, Geli M. Korzhev, 1984, ost, 108 x 226 cm, Coleção privada

A compositora, Nicolai Leventsev, 1969, ost, 89 x 130 cm, Coleção privada


"Campos em paz", Andrei Mylnikov, 1950, óleo sobre tela, 200x400 cm,
Museu Estatal Russo de São Petersburg
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Banho, Maiya Kopyttseva, 1960, ost, 119 x 135 cm, Coleção privada


“À janela”, Alexandr Romanychev, 1968, óleo sobre tela,
119x99 cm, Coleção privada
O vale de Ararat”, Martiros Saryan, 1945, óleo sobre tela, 96x128 cm,
Museu Estatal de Artes dos Povos do Leste, Moscou

"Moça de bicicleta em uma fazenda coletiva", Alexandr Deineka, 1935, óleo sobre tela, 120 x 220 cm, Museu Estatal Russo de São Petersburgo
"Maternidade", Vasili Pochitalov, 1939
39,5 x 48,5cm, Museu de Artes Visuais de Kostroma
"O aeroplano ANT-20 Maximo Gorki", Vasili Kuptsov, 1934, óleo sobre tela,
110x121 cm, Museu Estatal Russo de São Petersburgo

"Um trator para trabalho na floresta", Arkadi Rylov, 1934,
135x187 cm, Galeria Tretyakov de Moscou

"Nana", Petr Vilvams, 1934, óleo sobre tela, 163x130 cm,Galeria Tretyakov de Moscou

"Um gigante na construção de máquinas agrícolas", Ekaterina Zernova, 1931
"Abril na casa materna de Lenin", Nikolai Abramov,
1969, óleo sobre tela, 239x198 cm, Coleção provada
"Milho", Alexandr Bubnov, 1948, óleo sobre tela,
180x390 cm, Museu Estatal Russo de São Petersburgo
"Colhedoras de chá", Mikhail Gabuniya, óleo sobre tela, 152x310 cm, Coleção privada

"Retornando do mercado de Novgorod", Petr Konchalovsky, 1926,
óleo sobre tela, 180x330 cm, Museu Estatal Russo de São Petersburgo

"Ataque a um abrigo inglês no Front do Norte", Yuri Pimenov, 1928
óleo sobre tela, 199x289 cm, Galeria de Pintura de Lvov
"Operária da fábrica de cigarros",
Alexandr Samokhvalov, 1928,
óleo sobre tela, 73 x 71 cm, Museu Estatal Russo de São Petersburgo

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Os irmãos Makovsky

"Os necessitados", Vladimir Makovsky, 1880

Dando prosseguimento a nossa pesquisa sobre os pintores russos, hoje apresentamos dois dos quatro irmãos pintores da família Makovsky: Vladimir e Konstantin, que eram membros do grupo de pintores realistas "Os Itinerantes" (ver post anterior)

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Vladimir

Autorretrato, Vladimir Makovsky, 1905
Vladimir Egorovich Makovsky nasceu em 26 de janeiro de 1846 em Moscou. Era filho do colecionador de arte Egor Ivanovich Makovskogo, um dos fundadores da Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscou. Era irmão de outros artistas, Konstantin, Nikolas e Alexandr, também pintores. Vladimir estudou na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscou, onde terminou seus estudos em 1869. Foi um dos membros fundadores do grupo Os Itinerantes, sobre o qual falamos no texto anterior, neste blog.

A residência de sua família ficava às margens do rio Neva, em frente ao Kremlin. Desde sua mais tenra infância, sua vida era permeada pela atmosfera artística, pois sua casa era frequentada por muitos artistas e intelectuais como Nicolai Gogol, por exemplo... Lá se discutia política, se falava de literatura, se desenhava, se ouvia música… Sua irmã mais nova, Maria, se tornou cantora e atriz. A mãe de Vladimir possuía uma linda voz e tocava violino. Vladimir também aprendeu a tocar este instrumento, mas muito cedo tomou gosto pelo desenho. Aos 15 anos, ele pintou seu primeiro quadro de gênero "Um menino vendendo uvas" (1861). Cercado pela atmosfera artística de sua casa, Vladimir sempre teve contato com mestres que visitavam a casa de seu pai, ouvia suas conversas sobre arte, e isso lhe foi dando consciência do elevado grau em que a pintura poderia alcançar. Por isso desde muito cedo, ele sentiu que era esta a sua vocação.

De 1861 a 1866 estudou na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscou, concluindo seu curso recebendo uma medalha de prata e um título de artista destacado.

Imperatriz Maria Feodorovna,
Vladimir Makovsky, 1912
Em 1869, nasceu seu primeiro filho, Alexander, que mais tarde se tornaria outro grande nome da pintura russa. Nesse período, observando seu filho crescer, Makovsky fez várias pinturas com temas infantis.

Em 1872, tornou-se membro do grupo Os Itinerantes, do qual foi um dos principais líderes, participando em quase todas as exposições. Em 1874, foi eleito membro do conselho.

Em 1873, sua pintura "Os amantes de Nightingales" foi exibida na Exposição Mundial de Viena, atraindo todas as atenções para sua sensibilidade e qualidade técnica.

Ao mesmo tempo, ele pintou 21 quadros com cenas domésticas (de gênero) para o projeto "Episódios de vida em Sebastopol 1854-1855". De 1882 a 1894 Makovsky ensinou na Escola de Pintura de Moscou. Durante este tempo também pintou ícones para igrejas e capelas. Até 1894 ele viveu e trabalhou em Moscou.

De 1894 a 1918 Makovsky seguiu ensinando, mas desta vez na Academia Imperial de Belas Artes de São Petersburgo, onde dirigiu a pintura de estúdio. Em 1895, foi nomeado reitor da Academia.

Estudo para a pintura
"Domingo sangrento" da
Revolução de 1905,
Vladimir Makovsky, 1905
Suas pinturas tratavam principalmente da vida das pessoas nas pequenas cidades do interior russo. Makovsky acompanhava a cena cultural e também política de seu país, que foram retratados em suas telas, como a pintura “Domingo sangrento”, em referência à morte de milhares de pessoas na revolução de 1905. Em muitas de suas obras dele, Makovsky critica o tratamento dado pela aristocracia aos pobres ou chama a atenção para a opressão e a perseguição da polícia czarista.

Na década de 1880 Makovsky produziu algumas das suas obras mais valiosas. Em 1882, ele ensinou pintura na Escola de Arte de Moscou, após a morte de Vasili Perov. Algumas das maiores obras de Makovsky deste período incluem "Na sala anterior do Tribunal de Conciliação" (1880), "O Prisioneiro libertado" (1882) e "O colapso do Banco" (1881). Desde o final da década de 1880, Makovsky começou a produzir obras mais sombrias. As obras por excelência deste período incluem "Não se vá" (1892) e "No bulevard" (1888).

Em 1894, Makovsky tornou-se Reitor da Escola Preparatória da Academia de Arte. Após a primeira Revolução Russa, ele pintou "9 de janeiro de 1905, na Ilha de Vasilyev", na qual ele retrata a polícia armada atirando contra pessoas indefesas. Em outra pintura "Os sacrifícios no campo de Khodyn", em que mais de mil pessoas perderam a vida durante a cerimônia de coroação de Nicolau II, em 1896, ele voltou a ser um intransigente defensor do seu povo oprimido. Após a Revolução de outubro de 1917, Makovsky foi um dos que manteve acesas as tradições realistas do século XIX que inspiraram os ideias do Realismo Socialista, da década de 1930.

Vladimir Egorovich Makovsky morreu em 21 de fevereiro de 1920 e foi enterrado no cemitério Smolensk, de São Petersburgo.

Konstantin


Autorretrato,
Konstantin Makovsky, 1856
Konstantin Egorovich Makovsky nasceu em 20 de junho de 1839, em Moscou. Como seu irmão Vladimir, também foi um dos primeiros participantes do grupo Os Itinerantes.

Em 1851 ingressou na Escola de Moscou de Pintura e Escultura, onde logo se destacou como aluno, facilmente conseguindo ganhar todos os prêmios disponíveis. Um de seus professores foi Karl Bryullov, que, segundo estudiosos da obra de Konstantin, influenciou a tendência deste para os temas do Romantismo e para criar efeitos decorativos em suas pinturas.

Em 1858 entrou para a Academia Imperial de Belas Artes em São Petersburgo. A partir de 1860, ele participou de todas as exposições da Academia com suas pinturas. Em 1863, Konstantin Makovsky, junto com seu irmão Vladimir e mais outros 12 estudantes rompeu com a Academia e, liderados por Ivan Kramskoi, criaram o grupo Os Itinerantes. É sempre bom lembrar que este grupo de pintores realistas promovia exposições de pintura pelo interior da Rússia, apresentando a seu povo suas obras de arte e, ao mesmo tempo, pintando o que viam da vida dos camponeses e da paisagem russa.

As filhas do artista,
Konstantin Makovsky, 1882
Uma mudança significativa no seu estilo ocorreu após viajar para o Egito e Sérvia em meados de 1870, que lhe levou a se interessar mais pelo uso das cores e formas, em detrimento de seu interesse pelos problemas sociais e psicológicos. Em 1880 Konstantin Makovsky começa a se tornar um grande destaque como pintor de retratos e pinturas históricas, e torna-se um dos artistas russos mais bem pagos da época. Na Feira Mundial de 1889 em Paris, ele recebeu uma medalha de ouro pela pintura "A morte de Ivana Groznogo" (esta pintura tem paradeiro atualmente desconhecido, pois foi roubada de uma coleção particular). Também o "Julgamento de Paris" e "O Demon e Tamara" receberam medalha de ouro.

Alguns críticos de seu tempo o viam como um traidor dos ideais dos Itinerantes, acusando-o de que seu trabalho passou a ser mais superficial.

Mas em 1915, juntamente com outros artistas conhecidos (entre eles Ivan Bilibin, Viktor Vasnetsov, Mikhail Nesterov e Nikolai Roerich), além de arquitetos, historiadores de arte e escritores, fundaram a "Sociedade para o renascimento da arte russa". Com um extenso programa, os membros desta sociedade alcançaram o número de quase 300 pessoas, no início de 1917. Com a vinda da Revolução, as atividades foram interrompidas. Entre as atividades desta Sociedade, estavam: recolher e organizar informações sobre os monumentos artísticos russos, desenvolver programas de treinamento para uma escola de desenho e premiar artistas em concursos de arte com a finalidade de promover as artes. Um destaque: uma das tarefas mais importantes da Sociedade era promover uma limpeza da língua russa das palavras estrangeiras…

Mas Konstantin quase não participou das ações deste grupo, pois morreu num acidente de trem em São Petersburgo em junho de 1915.

O estilo de pintura de Konstantin Makovsky é variado. Passando da escola acadêmica, ele também se identifica com os chamados pintores impressionistas russos. Mas também fez pinturas históricas, onde mostra uma visão idealizada da vida na Rússia em eras anteriores. 

Estes movimentos de resgate da cultura russa genuína estiveram presentes na história daquele país desde as reformas de Pedro, o Grande, no final do século XVII, quando aquele imperador trouxe para a Rússia as grandes novidades que viu nos países europeus por onde passou e foi um dos responsáveis pelos primeiros movimentos de modernização do velho país agrário. Konstantin e Vladimir, dois dos mais influentes pintores russos, foram artistas ativos não só como pintores, mas como defensores da cultura de seu país.


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Algumas pinturas dos dois irmãos:

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VLADIMIR MAKOVSKY

"Mercado em Poltava", Vladimir Makovsky 

"Família do artista", Vladimir Makovsky, 1893

"Escola da vila", Vladimir Makovsky, 1888

"Não se vá!", Vladimir Makovsky, 

"Inocente", Vladimir Makovsky, 1882

"Falência bancária", Vladimir Makovsky, 1880

"A festa", Vladimir Makovsky

"Filantropos", Vladimir Makovsky
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KONSTANTIN MAKOVSKY

"Minin na área de Nizhny Novgorod, incitando as pessoas a doar",
Konstantin Makovsky, 
1896

"Cerimônia do beijo", Konstantin Makovsky

"Assassinato do falso Dmitri", Konstantin Makovsky

"Crianças fugindo da tempestade",
Konstantin Makovsky, 
1872

"O julgamento de Páris", Konstantin Makovsky, 1889

"A toillette de Vênus", Konstantin Makovsky, 1910

"Os agentes do falso Dmitry mataram Fedor Godunov", 
Konstantin Makovsky, 
1862

"Boyaryshnya", Konstantin Makovsky, 1862