Da escuridão, a vida emergiu
Minha homenagem aos 33 operários chilenos que ficaram 69 dias presos dentro de uma mina de cobre, a 700 metros de profundidade, aguardando o resgate, que se iniciou na madrugada de hoje, 13 de outubro.
Torcendo para que seu sacrifício não tenha sido em vão, e que os capitalistas cuidem um pouco mais do salário, da segurança e da saúde dos operários mineiros em todo o mundo, assim como de suas famílias.
Em tempo: (O Globo, 19/10/2010) "O Sucesso do resgate dos mineiros que estavam presos a 700 metros do solo no Chile acabou suplantando uma importante discussão. Afinal, só em 2009 o país registrou mais de 191 mil (!) acidentes de trabalho em todo o país, com 443 mortes. (!) E no primeiro trimestre deste ano foram 155 mil mortos. (!) Em entrevista à rede de notícias IPS, sindicalistas do setor de mineração ressalataram que os mineiros não são heróis, mas vítimas de uma situação desigual em relação às empresas para a qual trabalhavam. Para sindicalistas chilenos, "a lamentável irresponsabilidade empresarial abriu uma grande oportunidade para que os trabalhadores denunciem e mostrem tudo o que se esconde."
Nuestras mujeres - lápis carvão sobre papel cartão
Mejores condiciones de trabajo! - carvão e pastel sobre papel cartão
Aquí estoy a salvo - carvão e pastel sobre papel cartão
Dile que estaré de vuelta! - carvão sobre papel cartão
Volveremos! - carvão sobre papel cartão
Estoy vivo - carvão sobre papel cartão
Ayúdenos - carvão sobre papel cartão
Os operários desenhados a carvão
surgem do preto mineral com seus olhos de minério,
com suas carnes de minério,
com suas esperanças superminerais.
No oco da mina aguardam como fetos o momento da expulsão um a um.
Sob esse aspecto, gêmeos univitelinos do mesmo útero e do mesmo carvão,
chegarão à superfície chilena desejados e amados
e cegos da escuridão placentária.
Lavaremos seus corpos com a água salgada de nossas lágrimas e de nossa espera.
Ao saírem do chão, estou feérico, é a nós que desenterram,
e à metáfora de uma nova classe operária
brotada para um novo tempo a partir da cova funda
onde homens-sementes-minerais foram plantadas.
surgem do preto mineral com seus olhos de minério,
com suas carnes de minério,
com suas esperanças superminerais.
No oco da mina aguardam como fetos o momento da expulsão um a um.
Sob esse aspecto, gêmeos univitelinos do mesmo útero e do mesmo carvão,
chegarão à superfície chilena desejados e amados
e cegos da escuridão placentária.
Lavaremos seus corpos com a água salgada de nossas lágrimas e de nossa espera.
Ao saírem do chão, estou feérico, é a nós que desenterram,
e à metáfora de uma nova classe operária
brotada para um novo tempo a partir da cova funda
onde homens-sementes-minerais foram plantadas.
(Um comentário que virou poesia - de Jeosafá Fernandes)
Mazé,
ResponderExcluirSem palavras.
Enorme emoção.
Parabéns.
Verônica
Eles voltam da câmara imóvel no fundo da terra à superfície do mundo por outra câmara, esta móvel, inquieta. Do dentro escuro e povoado de esperas, retornam ao fora do deserto que de dia ferve e de noite gela. Do fundo ao mundo, ao fim de tudo, estão de volta à mesma Terra.
ResponderExcluirParabéns!!
ResponderExcluirNobre homenagem, carregada de emoção e qualidade...
"Los 33", ficarão lisonjeados com sua sensibilidade!
Abraço de um, agora admirador, amigo!
Ótimos! Só Deus para dar forças a estas pessoas. A fé salva, independente de crenças ou religiões! Somos todos irmãos e devemos muito a Deus. Parabéns enorme pelo trabalho!
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