sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Salvador Dalí no Instituto Tomie Ohtake

Salvador Dalí em 1956
Uma exposição dedicada ao mais conhecido pintor surrealista, Salvador Dalí, está sendo inaugurada em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, localizado no bairro de Pinheiros. São 218 peças, entre as quais 24 pinturas, 15 fotografias e quatro vídeos que dão uma ideia da carreira e do desenvolvimento da técnica do pintor catalão. Também estarão participando desta mostra filmes que ele fez com Luiz Buñuel e Alfred Hitchcock. Essas obras foram cedidas pela Fundação Gala-Salvador Dalí, pelo Museu Reina Sofia e pelo Museu Salvador Dalí.

Essas obras foram escolhidas principalmente entre as do período surrealista do pintor, e a ideia dos organizadores é que o público possa ver sua evolução artística através das diferentes influências que ele foi recebendo, não só técnicas como ideológicas. Do período de formação como pintor estão as obras “Retrato del padre y casa Es Llander”, de 1920 e “Autorretrato cubista” de 1923. Da fase surrealista são “Monumento imperial a mujer-niña”, de 1929, “El sentimiento de velocidad”, de 1931, “Figura y drapeado en un paysage”, de 1935) e “Paysage pagano medio”, esta de 1937. Mas há também outras obras e desenhos, como as ilustrações para o livro “Dom Quixote de La Mancha”, de Miguel de Cervantes, e “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carrol.


"Retrato de mi hermana", 1925
O Surrealismo foi um movimento artístico surgido no começo do século XX, na França, e teve como um de mentores o poeta André Breton. O termo “surrealismo”, que seria traduzido como “algo acima da realidade”, foi cunhado por um outro poeta francês, Guillaume Apollinaire, em 1917. Ela apareceu pela primeira vez como subtítulo da peça de teatro “As tetas de Tiresias”, de Apollinaire.

Mas os artistas que abraçaram essa corrente estética se diziam seguidores de pensadores e artistas do passado, como o filósofo pré-socrático Heráclito e os escritores franceses Marquês de Sade e Charles Fourier. Na pintura, eles consideravam como um dos primeiros surrealistas o pintor holandês do século XV, Hieronymus Bosch, que pintou naquela época quadros como “O Jardim das Delícias” e “O carro de feno”. Mas o ponto de estopim do Surrealismo no século XX foi o movimento dadaísta, que o antecedeu.


Museu Dalí em Figueras, Espanha
Salvador Dalí nasceu em 11 de maio de 1904, em Figuera, na Espanha. Quando tinha 12 anos, numa viagem a Cadaqués com os pais, conheceu a pintura de Ramon Pichot, um artista que viajava muito a Paris, porque na época esta cidade era o centro da arte no mundo. Pichot conheceu o talento do menino e orientou seu pai a lhe matricular numa escola de pintura. Dalí teve como primeiro mestre  Juan Nuñez.

Em 1922, Salvador Dalí se muda para Madrid e vai estudar na famosa Real Academia de Belas Artes de San Fernando, que conheci pessoalmente em 2013, em minha viagem a Madrid. Foi morar numa residência estudantil. Já nessa época, fazia pinturas de inspiração cubista, o que atraiu a atenção de dois artistas espanhois como Federico Garcia Lorca e Luiz Buñuel, o futuro diretor de cinema surrealista. A partir de 1924, Dalí também começou a fazer ilustrações para livros.


"El sentimiento de velocidad", 1931
Em 1926 foi expulso da Real Academia por se negar a fazer os exames finais de seu curso de pintura. Teria dito que não havia naquela escola nenhum professor que pudesse avaliá-lo… Seu quadro “Cesta de pão” (acima), pintado para seu exame final na Real Academia, mostra como ele dominava a técnica da pintura acadêmica. Foi a Paris, onde conheceu Pablo Picasso. Dalí pintava, então, desde obras mais acadêmicas até aquelas onde se notava claramente a influência dos movimentos vanguardistas da época. Mas antes disso, ele havia estudado a obra de Zurbarán, Bronzino, Rafael, Vermeer, Velázquez…

Em 1929, colaborou na produção do filme “O cão andaluz” de seu amigo Luiz Buñuel, filme que já dava as primeiras mostras do imaginário surrealista. No mesmo ano conheceu sua futura esposa, Gala, uma imigrante russa que era 11 anos mais velha que ele. Se casaram em 1934 e viveram juntos toda a vida.

Leia mais sobre Salvador Dalí neste post anterior...

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De 19 de outubro a 11 de janeiro
Instituto Tomie Ohtake
Avenida Pedroso de Moraes - Pinheiros - São Paulo - SP - Tel.: (11) 2245 1900
Terça a domingo e feriados, 11h às 20h.
Entrada grátis

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Pinturas recentes de Edson Souza

Amsterdam - Damrak, Edson Souza, óleo sobre tela
O Ateliê e Galeria Contraponto inaugura uma exposição de pinturas do artista Edson Souza, com paisagens urbanas pintadas a óleo. Com curadoria de Claudinei Roberto, a exposição será aberta no próximo dia 18 de outubro, sábado, a partir das 16 horas.

Edson Souza é um artista paulistano, com formação na Escola de Comunicações e Artes da USP, onde se bacharelou em Pintura. Também formou-se em Engenharia Química pelo POLI-USP e em Economia pela FEA-USP. Atualmente trabalha como engenheiro de processos, mas paralelamente trabalha em seu Ateliê, que mantém desde 1997, com desenho, gravura, fotografia e pintura.

Autorretrato, Edson Souza
Edson Souza explica que o motivo de sua poética “é a própria linguagem da Pintura. Por meio da investigação das tradições da Pintura busco contribuir para a renovação deste legado valioso”. E para concretizar esta intenção ele recorre “a registros de viagem, fragmentos de imagens colhidos no cotidiano de cidades visitadas. Estes registros são trabalhados no ateliê, mesclados, modificados, simplificados, até atingir a essência da composição desejada. Dedico atenção especial aos detalhes, que permitem que cada trecho da composição adquira a mesma importância. O tema das observações de viagens é recorrente e permite refletir de forma singular, através de um jogo de citações e referências, sobre problemas atemporais da pintura”.
Edson Souza já participou das seguintes exposições: “Cúmplice do Silêncio” (com João Luengo), Ateliê OÇO, 2010; “Oniforma” (Coletiva), Centro Cultural São Paulo, 2007; “Coletiva” com Marco Willians, Associação dos Amigos do MAM (AAMAM), 2005 ; “Prólogo, Projeto Laboratório” (Coletiva), Espaço Annablume, 2004; “Travelogue” (Coletiva Variáveis) - Museu do Imaginário do Povo Brasileiro (Pinacoteca Estação), 2003; “Diversidades” (Coletiva), SESI Catumbi, 2000; “Expositivo Negativo” (Coletiva), Escola de Comunicação e Artes da USP, 1999; “Antigas e Novas Visões”, Farmácia Bio-Essencia, 1999; “Revi Europa” (Fotografia), Livraria FormaInforma, 1999; “Espaço?” (Coletiva), Escola de Comunicação e Artes da USP, 1998; “Faces da Loucura” (Coletiva), Instituto de Psicologia da USP, 1998.

A exposição “PINTURAS RECENTES” estará aberta ao público de 18 de outubro a 1º de novembro de 2014.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Rocco Caputo, o pintor rebelde de Piracicaba

Mulher com lenhas, Rocco Caputo, óleo sobre tela, 1,00 x 1,30 m.
Medalha Eugênio Losso Neto no Salão de Belas Artes de Piracicaba, 2013
Rocco Antonio Caputo, em seu ateliê
em Piracicaba, trabalhando na pintura
Vá pensiero
No momento em que escrevo este post sobre o pintor Rocco Antonio Caputo, estamos em plena campanha para as eleições presidenciais brasileiras. À esquerda,  a candidatura de Dilma Rousseff que deve se eleger pela segunda vez para continuar mudando o Brasil. Ao lado da direita, a candidatura neoliberal de Aécio Neves, que se alia a representantes do que há de mais conservador em nosso país. Rocco Antonio Caputo é de esquerda, irá votar em Dilma, como eu. Nesta semana, em seu ateliê em Piracicaba, interior de São Paulo, pintou um retrato de Karl Marx, para afastar o “maus espíritos” conservadores do Brasil… Rocco é assim, um bem humorado batalhador das ideias que defende e um pintor apaixonado por seu trabalho.


Karl Marx, Rocco Caputo,
óleo sobre tela, outubro de 2014
Rocco Antonio Caputo nasceu em Piracicaba, interior de São Paulo, em agosto de 1962, e é filho do artista do ferro forjado Antonio Caputo (1923-1978). Rocco passou sua infância em meio à paisagem bonita dominada pelo rio Piracicaba, entrando e saindo da oficina de seu pai, de onde saíram inúmeras obras para lugares do interior de São Paulo, como, por exemplo, o portão do batistério da catedral de Santo Antonio, em sua cidade natal.

Aprendeu suas primeiras lições de pintura com o professor e pintor Hugo José Benedetti (1913-1977), que por sua vez se formou no Liceu de Artes e Oficios de São Paulo e na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Rocco possui ascendência italiana, e por isso logo buscou aprofundar seus estudos como artista na Europa. Na Itália, ele se formou em Pintura pela Accademia di Belle Arti da cidade de Foggia. Em 1991 volta para o Brasil, indo mora em Rio Claro, mas em 2004 volta a viver em Piracicaba, onde tem seu ateliê que oferece cursos de desenho e pintura.

Como professor, Rocco Caputo ensina o fazer dos velhos mestres, sua técnica e seus conhecimentos. Além de ensinar em seu próprio ateliê, Rocco também ministra aulas e workshops de pintura em outros ateliês, em Piracicaba e outras cidades.


Amantes, Rocco Caputo, 65 x 45 cm,
carvão sobre papel canson.
Foi num workshop aqui em São Paulo, realizado em 2013, na Cozinha da Pintura do professor Marcio Alessandri, que conheci esse artista. Ver um pintor como ele trabalhando em uma pintura é observar de perto seu domínio técnico, sua sensibilidade e sua familiaridade com o mundos de pinceis, tintas e telas. Sua obra é resultado de muitos anos dedicados a esse ofício, em contínuas experimentações da técnica do óleo sobre tela, à moda dos pintores italianos clássicos.

- Como é sua rotina de trabalho, Rocco? Pergunto a ele.
- “Amo acordar cedo e enquanto faço meu café (dizem que é o melhor da cidade) começo a me concentrar no trabalho, uma espécie de alongamento. Essa rotina não tem domingo e nem feriado. Muitas vezes amanheço o dia pintando, pois na madrugada, o silêncio da noite é um grande companheiro”.

Rocco tem muitos amigos em Piracicaba e está sempre à frente da organização de encontros de artistas, de projetos de exposição, de bate-papos sobre política. Apoia a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República e se mantém fiel às ideias comunistas de seu pai, Antonio Caputo.
 Madonna de San Ernesto
de la Higueira
, Rocco Caputo,
óleo sobre tela, 180 x 60 cm.

- O que inspira você, Rocco?
- “Tento fazer do meu cotidiano o tema de meus trabalhos, cotidiano de meus pensamentos ou sentimentos, sendo a figura humana a mola propulsora daquilo que pinto. Tudo o que faço tem que ter sua poética. Só me sinto um artista mesmo  quando  consigo despertar emoção com meu trabalho. No mundo de hoje tem lugar para todos e para todas as manifestações de arte. Por isso eu não concordo com certo pensamento que anula o suporte da tela, pois a pintura tradicional sempre despertará emoções para os não artistas e maravilhosos desafios aos jovens artistas da arte ‘tradicional ‘. Confesso que não sei como me localizar na arte, sou um simples pesquisador."

- O que Rocco Caputo pensa sobre o mundo?
- “Acredito que cada pessoa neste mundo tem sua própria mitologia, seu universo. Minha formação como pessoa foi e é marxista, sou filho de serralheiro comunista, me orgulho da minha origem, por isso que meu trabalho tem que ir além da imagem refletida na tela. Quero muito contribuir na construção de uma sociedade igualitária! Meu trabalho tem que ter  a Força e a Beleza que a vida nos dá, até mesmo no trabalho que evidencia meu horror às injustiças sociais.

- “Mas serei um eterno otimista em relação ao mundo! O homem de hoje não convive mais com a escravidão, com a discriminação e outros males, mas mesmo com tantos retrocessos no mundo, a luta de classes agora faz parte da consciência dos homens. Sei que ainda impera a razão da força, mas lutar pela força da razão faz parte da vida dos marxistas”.

Rocco Caputo fará uma exposição individual em novembro, na galeria Art Colection, em Piracicaba. A inauguração será no dia 27 de novembro, na rua Doutor Alvim, 822 e as obras poderão ser vistas até dezembro. 

Canto da Sereia, Rocco Caputo, 40cm de diâmetro, óleo sobre tela
Ateliê Rocco Caputo com parte dos alunos

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pinturas com palheta reduzida

Tenho feito algumas pinturas usando poucas cores, apenas quatro: Preto de Marfim, Branco de Titânio, Amarelo Ocre e Vermelho de Cadmio. A ideia é experimentar, exercitar, aprender ainda mais sobre o mundo maravilhoso da pintura a óleo, das cores, da arte.

Essa palheta é conhecida há milhares de anos, pois na Grécia antiga um grego pintor, chamado Apeles, pintava com essas mesmas cores. No Renascimento, o pintor italiano Tiziano também fez algumas pinturas com a Palheta de Apeles. Mais recentemente, no final do século XIX e começo do século XX, o sueco Anders Zorn também fez várias obras com preto, branco, amarelo ocre e vermelho.

Aqui abaixo, alguns resultados deste meu estudo, com exceção da primeira pintura ("Fernanda na coxia"), onde também usei o Azul Ultramar:

"Fernanda na coxia", Mazé Leite, óleo sobre tela, 40 x 50 cm, 2014

"Pé do artista", Mazé Leite (after Adolf Menzel), óleo sobre tela, 50 x 40 cm,  2014

"Ariano Suassuna, minha homenagem", Mazé Leite, óleo sobre tela, 40 x 50 cm, 2014

"As velhas botas", Mazé Leite, óleo sobre tela, 50 x 40 cm, (inacabado) 2014

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Landseer, o pintor de animais

"Cães", Edwin Landseer
O pintor inglês Landseer
Edwin Henry Landseer, pintor inglês, nasceu no dia 7 de março de 1802 e morreu no dia 1º de outubro de 1873, há exatamente 141 anos. Ficou conhecido por suas pinturas de animais, especialmente cavalos, cães e veados. Mas suas obras mais conhecidas são esculturas de leões em Trafalgar Square, em Londres.


Landseer, filho do gravador de paisagens John Landseer, era uma espécie de prodígio cujo talento artístico foi reconhecido muito cedo na vida. Ele estudou com vários artistas, incluindo seu pai, e o pintor Benjamin Robert Haydon, que incentivou o jovem Landseer a realizar dissecções, a fim de entender completamente a musculatura dos animais e sua estrutura esquelética. A vida de Landseer foi entrelaçada com a Royal Academy. Na idade de apenas 13 anos, em 1815, ele expôs suas obras lá. Com 24 anos de idade, foi aceito como membro dessa Academia e, cinco anos depois foi nomeado cavaleiro. Em seguida indicado a presidente daquela entidade, mas recusou o convite.


Dos 30 anos e para o resto de sua vida, Landseer foi perturbado por crises de melancolia e depressão, agravadas pelo uso do álcool e drogas. No últimos anos de sua vida sua estabilidade mental era um grave problema, e, a pedido de sua família, foi declarado “louco” em julho de 1872.


Landseer foi uma figura notável na arte britânica do século XIX, e suas obras podem ser encontradas na Tate Britain, no Victoria and Albert Museum, na Kenwood House e na Wallace Collection, em Londres.
A popularidade de Landseer na Grã-Bretanha vitoriana era considerável, e sua reputação como um pintor de animais era muito grande. Uma parte de sua fama e de seus rendimentos deveu-se à publicação de gravuras de seu trabalho, muitos delas feitas pelo irmão Thomas.


"Dignidade e imprudência", Landseer
Sua produção artística cruzou as fronteiras de classe: reproduções de suas obras eram comuns em casas de pessoas mais pobres, da classe média, enquanto ele também era popular com a aristocracia. A rainha Victoria encomendou várias pinturas de seus animais de estimação, mas também encomendou um retrato de si mesma, como um presente para o príncipe Albert. Landseer também fez retratos dos filhos de Victoria quando bebês, geralmente na companhia de um cachorro. Uma de suas últimas pinturas foi um retrato equestre em tamanho natural da rainha, exibido na Royal Academy em 1873, feita a partir de esboços anteriores.


O pintor ficou tão popular como pintor de cães em serviço da humanidade, que seu nome veio a ser o nome oficial para a variedade do cão conhecido como Terra Nova, pois ele popularizou essa raça em suas pinturas, como aquelas onde cães resgatam pessoas.


Algumas das obras mais tardias de Landseer têm um carater um tanto pessimista: uma delas mostra dois ursos polares brincando com os ossos de mortos, enquanto outra mostra uma expedição ao ártico fracassada.


A morte de Landseer, em 01 de outubro de 1873, mexeu com a Inglaterra: lojas e casas fecharam suas portas, bandeiras foram hasteadas a meio mastro e grandes multidões foram às ruas para participar do cortejo fúnebre. Landseer foi sepultado na Catedral de São Paulo, em Londres.

Landseer deixou três pinturas inacabadas, em seus cavaletes em seu ateliê. Ele havia pedido que seu amigo, o também pintor John Everett Millais, terminasse o trabalho, o que foi feito. Diz-se que Landseer conseguia pintar com as duas mãos ao mesmo tempo, e era muito rápido em seu  trabalho. Mas quanto às encomendas, muitas delas levavam meses e até anos para o que o pintor se dispusesse a trabalhar nelas.

Mais alguns exemplos de pinturas de Edwin Landseer:

"Vida pobre", 1829, Landseer

"Vida rica", 1829, Landseer

"Tio Tom", Landseer

"A megera Tamed", ou "Cavalo encantado", 1861, Landseer

"Companheiros", Landseer

"Rei do vale", 1851, Landseer

"A salvo", Landseer

"Ligação", 1829, Landseer

"O choro do velho pastor", 1837, Landseer
"Gado selvagem de Chillingham", 1867, Landseer

"Falcão", 1837, Landseer