Mãos dadas
Carlos Drumond de Andrade
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria. O tempo presente, os homens presentes, a vida presente.
Oi, Mazé: Boa lembrança sua, este poema de Drummond, ele, que teve seus livros Obra Completa (da Nova Aguillar)Amor Natural, Corpo e Farewell censurados pela gestão Serra, que considera que nem mesmo professores podem ler esses livros "perigosíssimos".
ResponderExcluirOi, Mazé: Boa lembrança sua, este poema de Drummond, ele, que teve seus livros Obra Completa (da Nova Aguillar)Amor Natural, Corpo e Farewell censurados pela gestão Serra, que considera que nem mesmo professores podem ler esses livros "perigosíssimos".
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