Vidro soprado. Cópia de cabeça. Fios elétricos. Aros de
rodas de bicicletas. Fotografias.
Pedaços de madeira usada. Restos de construção. Terra. Sacos
de plástico. Fotografias.
Papeis canson mil-teintes enrolados na parede. Serpentinas. Portas velhas. Fotografias.
Tijolos enrolados em papel celofane. Roupas velhas. Vasos
velhos. Fotografias.
Sete telas em branco “pintadas” com água do mar. Arcos com velas. Trouchas de pano. Fotografias.
Dois lados de uma cadeira. Rádio velho. Vídeos em salas escuras. Sucata. Caixas de madeira vagabunda. Fotografias.
Sete telas em branco “pintadas” com água do mar. Arcos com velas. Trouchas de pano. Fotografias.
Dois lados de uma cadeira. Rádio velho. Vídeos em salas escuras. Sucata. Caixas de madeira vagabunda. Fotografias.
Trecos velhos. Usados. Roupas antigas, usadas. Vasos antigos. Desenhos de criança. Fotografias.
Duas salas com pinturas abstratas. Alguns desenhos experimentais. Fotografias.
Por que não chamar de Bienal Audiovisual?
E o imenso acervo cultural e histórico da humanidade?
Nada. Lixo. Alegria dos catadores, da reciclagem.
Uma sala inteira para um Artur Bispo, o Bispo da Arte
Contemporânea... Ai de quem se atreve a falar mal de seus cacarecos, seus
agrupamentos de botões de camisa, seus copos de alumínio pregados num saco de
estopa! E ele nem tem culpa disso! Era um inocente, cuja percepção de mundo
estava alterada. Vamos dizer em linguagem bem clara: sua visão de mundo estava
embotada por uma esquizofrenia paranoica... Mas ai que medo de ser crucificada!
Como assim, falar mal do Bispo???, diriam as mocinhas e moçoilos da
FAAP-ECA....
Mas voltando a Berlim: a Bienal de lá estava às moscas! Eu salvei a Bienal de Berlim 2010! Eu estava lá! Eu, uma brasileira, dei público e razão de ser à Bienal 2010 de Berlim! Não havia quase MAIS NINGUÉM!
Em compensação,
FILAS na região dos museus de Berlim: na Gëmaldgalerie, no Pergamon Museum, no Staatliche Museen,
e até no DDR Museen, da ex- Alemã Oriental. Na Bienal de Berlim? Estava eu em
quase todos os prédios onde o evento acontecia. E um ou outro gato pingado...
Hoje –
9 de setembro – havia uma fila enorme em frente ao MASP para ver “Caravaggio eseus seguidores”. Havia uma outra fila de quatro horas (!) de espera em frente
ao CCBB para ver a exposição “Impressionistas do Museu d’Orsay”....
Amigos... não tinha fila alguma para entrar na Bienal, de graça!
Numa
sala onde estavam penduradas sete telas em branco me deparei com uma senhora
revoltada perguntando para outra: - você entendeu? A outra, coitada, gaguejava
um pouco pra provar que entendeu o que não é para ser entendido. Me meti na
conversa: vão ao Masp ver Caravaggio! A senhora que estava brava balançou a
cabeça concordando imediatamente comigo.
Continuei meu périplo dentro do lindo prédio de Oscar Niemeyer.
Vidro soprado. Cópia de cabeça. Fios elétricos. Aros de
rodas de bicicletas. Pedaços de pano velho. Pedaços de pau velho. Um penico de
banheiro masculino. Rolos de barbante pendurados. Vídeos. Salas performáticas.
Cordas penduradas. Pedaços de madeira usada. Restos de construção. Terra. Sacos
de plástico. Portas velhas. Sucata. Caixas de madeira vagabunda. Fotografias...
Como diria o poeta "Devo seguir até o enjôo?"
Sem
mais palavras, cada um que tire a sua conclusão... É só ver as imagens.
E ler o texto da apresentação. Assim, ó:
- Tema: A IMINÊNCIA DAS POÉTICAS
- ah, tá, intendi...
- Não, você não entendeu, deixa eu explicar. (leitura do texto do folheto):
(preciso ler para poder te explicar, peraí). Mas presta muita atenção porque isso aí que é arte contemporânea: Assim (tipo aluno de certas faculdades lendo):
"a Iminência é entendida como aquilo que está a ponto de acontecer..."
- calma, deixa eu continuar: "... como o que está suspenso..."
- suspenso, intendi... Suspenso que nem corda, que nem fio de rede elétrica...
- Por aí, mas deixa eu terminar! Você não deixa!
- ...
- "... em vias de efetivação; a poética é entendida como discurso, aquilo que se expressa, que se cala..."
- oh!
- profundo, né?
- profundo! O quê mesmo?
- (volta a ler o texto) "... que se transforma e que ganha potência comunicativa por meio da linguagem das artes." (pronto, terminei)
- E o que isso quer dizer?
- Ah, meu, sei lá! Qualque coisa, intende?
- Intendo, intendo. Mas num intendi....
- É por aí mermo! Melhor assim: num intendê nada faiz parte...
- Beleza então....
Serviço:
30a. Bienal de São Paulo
De 7 de setembro a 9 de dezembro de 2012
Terças, quintas e sábados, domingos e feriados - das 9h às 19h
Quartas e sextas, das 9h às 22h
Fechado às segundas
Entrada: Grátis
Parque do Ibirapuera, portão 3
Ainda bem que não é para entender nada, porque também não entendi...rs
ResponderExcluirBienal = lixo.
ResponderExcluirPuxa vida, mas lixo agora é arte, kkk!
Desculpas de quem não sabe fazer arte e quer que todos acreditem que são artistas.