domingo, 7 de abril de 2013

Diário de Madrid V



O sábado amanheceu ensolarado. Finalmente o sol apareceu! O cèu está muito azul, mas o frio è congelante. A gente se encolhe ao caminhar pelas ruas, enfiando o nariz embaixo do cachecol...

Mesmo assim as ruas estao cheias de gente. Muitos turistas descendo a Gran Via em direçao ao Paseo del Prado, e parecia uma procissao de gente descendo na mesma direçao. Varios grupos, casais, pessoas sozinhas.
Fui para o Museu Thyssen-Bornemizsa, que guarda uma das maiores coleçoes particulares de obras de arte. São da familia de Heinrich (1875-1947) e Hans Heinrich Thyssen-Bornemizsa (1921-2002). O Museu foi inaugurado em 1992 e uma grande parte de seu acervo foi adquirido pela Estado. Há obras do sèculo XIII até da década de 1940. Uma riquìssima coleçao de obras de arte que irei ver logo.

Mas resolvi ver antes a exposiçao "Impressionismo - pintura ao ar livre", uma exposiçao temporaria que reune obras do acervo de museus os mais variados, de diversos paises da Europa e dos EUA. Como sei que é muito dificil ver todas essas obras juntas, fui vê-la. De Camille Corot até Van Gogh, passando por Claude Monet, Sisley, Rousseau e Gustave Courbet, esta mostra apresenta pinturas que foram feitas a partir da influencia da Escola de Barbizon, formada por um grupo de pintores que resolveu ir para o campo, pintar ao ar livre, fora dos ateliês.

Trata-se entao de paisagens. A ideia era pintar os efeitos da luz solar sobre a natureza. Muitos deles fizeram experiencias, pintando a mesma cena em momentos diferentes do dia para captar as nunaces de luz que se modificam com a passagem do tempo. Um deles recomenda que se pinte em duas horas uma cena dessas, ou se for no por do sol, no máximo em meia hora...

Como a quantidade de pessoas querendo ver a exposiçao era muito grande, a organizaçao resolveu fazer a entrada por horários marcados. Mesmo assim era incomodo a disputa para ver os quadros. Havia oito de Gustave Courbet, entre paisagens rochosas, marìtimas, florestas e nuvens. Gosto muito deste pintor francës, um dos fundadores da Escola Realista. Mas la tambem estavam Joaquin Sorolla, Cézanne, Wiiliam Turner (que eu so tinha visto pessoalmente uma vez, no Louvre) e o alemao Adolf Menzel, pintor realista do qual vi uma bela exposiçao de suas pinturas em minha viagem a Berlim em 2010.

Deixei para ver o rico acervo do Thyssen depois, quando tiver menos gente. Fui em direçao ao Museu do Prado. Em frente ao predio, barracas onde pintores vendiam seus quadros, destes que encontramos na Praça da Republica em Sao Paulo, ou na pracinha atrás de Sacre-Coeur em Montmartre, Paris. Eles pintam o que os turistas gostam de comprar. Aqui, cenas locais com touradas, Dom Quixote, espanholas coloridas e suas castanholas. Também retratistas estavam lá oferecendo de desenhar os turistas por 10 euros.

Na igreja de São Jeronimo, ao lado, vi uma cena interessante: um grupo de pessoas vestidas para festa se acotovelava para serem fotografadas ao lado de... um casal de noivos! Os ombros dela estavam nus pois usava um vestido tomara-que-caia. Fiquei com pena dela, neste frio... Ela deve ter marcado a data de casamento e nem imaginava que no mës de abril estivesse tao frio em Madrid! Porque este frio nao é muito comum nesta época...


Segui meu caminho.

Passei em frente à estação Atocha, a estação central dos trens de Madrid. De Atocha saem todos os trens para qualquer região da Espanha e fora dela. Foi daqui que parti diversas vezes para conhecer outras cidades em minha primeira viagem para cá. Lembrei do atentado de uns 4 anos atrás, na Atocha, com muitos mortos. Hoje tem um monumento que os homenageia.

Passei na porta do Reina Sofia, o Museu de Arte Contemporânea. Como da primeira vez vim duas vezes conhecer seu acervo, desta vez vou priorizar os outros. Vi a parte nova do Museu inaugurada recentemente e bem moderna. Um bloco em vermelho, com uma forma um tanto orgânica. Vi também a escultura de Gaudí, que já tinha visto antes.

Caminhei em direção à Plaza de Lavapiés. Lavapiés era um antigo bairro judeu que foi ocupado por imigrantes de todas as partes do mundo. Caminhando pela rua, mesas com cadeiras nas calçadas em frente aos botecos, cheias de gente mais jovem. E muitas pessoas de todas as cores passando por mim. Vi muitos negros e muitos latinos. Mas pensei que com esta crise atual a Espanha não deve mais oferecer muito atrativo para os de fora que procuram por melhores condições de vida. E principalmente por trabalho, pois o desemprego aqui é muito grande, quase um terço da população trabalhadora.

Terminei meu dia encontrando um amigo brasileiro que está de passagem por Madrid e está viajando de mochila pela Europa por três meses. Fomos até o restaurante Miau na Plaza de Santa Ana jantar e tomar vinho. E o Leonardo me contou todas as aventuras deste primeiro mês de viagem, sozinho, descendo de Paris pela costa oeste, passando pela Galícia, depois Portugal, Andaluzia. Agora está indo para Barcelona. Seu objetivo é chegar a Istambul, na Turquia, em um mês e meio.

3 comentários:

  1. mano paulo
    bacana mazé essa aventura, acho que o povo da europa deve valorizar muito a arte um continente muito antigo tem muita historia para se mostrar atravez das artes.

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  2. Não li no fim de semana pois ajudei o Ô de Casa na festa de São Benedito. Coisa linda. A cultura popular tem uma força espetacular. É como os cordões de carnaval, mas diferente da péssima qualidade de muitos deles, que é um inferno de empurra-empurra, sem música que preste, sem tradição nenhuma, lá cada grupo vai caracterizado, tem sua identidade, tem seu próprio conjunto de percussão, dá seu recadado na forma de congadas, moçambiques etc. durante o dia todo, em vários pontos da cidade de Aparecida do Norte. Há a missa também na igreja de São Benedito, em que a tradição afro-brasileira entra pela porta da frente, em belíssimo cortejo cantado. Ao fim do dia TODOS os grupos formam um imenso cortejo, cada qual caminhando e mostrando sua música e sua coreografia. Postei as fotos no Face, dá uma olhada. Há vídeos, mas esses depois eu compartilho. Não li no fim de semana pois ajudei o Ô de Casa na festa de São Benedito. Coisa linda. A cultura popular tem uma força espetacular. É como os cordões de carnaval, mas diferente da péssima qualidade dos cordões, lá cada grupo vai caracterizado, tem sua identidade, tem seu grupo de percussão, dá seu recada na forma de congadas, moçambiques etc, durante o dia todo, em vários pontos da cidade. Ao fim do dia TODOS os grupos formam um imenso cortejo, cada qual caminhando e mostrando sua música e sua coreografia. Postei as fotos no Face, dá uma olhada. Há vídeos, mas esses depois eu compartilho. Vou ler com atenção tudo e comentar em cada post.

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