Plaza Mayor, Madrid |
Primeiro relato, no avião:
dia 3 de abril, 17h
Estou sentada na segunda fila de um vôo da Iberia de São Paulo para Madrid. Acabei de resolver: meu blog nos próximos 10 dias será transformado em meu diário de viagem. Assim os que quiserem podem acompanhar diariamente aqui esta viagem que promete muito! É a segunda vez que vou a Madrid, a primeira em 2001. Eu era outra, meus olhos não viam o que hoje vejo.
Mas neste momento lembro que estou indo para um país atingido por uma forte crise econômica nestes tempos. Quase 27% dos espanhóis estão sem emprego e em torno de 50% dos jovens até 30 anos não têm trabalho! Crise dura! Crise capitalista, mais uma. Como disse Marx no século XIX, o capitalismo não sobrevive sem crises. Ouvi falar no Brasil de que o número de suicídios aumentou, que a falta de perspectiva de melhora a curto prazo está angustiando esse povo. O que diria - e faria - Francisco Goya se vivesse nestes tempos e visse seu povo submetido a mais esse sofrimento? Iria para as praças e ruas, junto com a população, protestar, gritar, pedir o fim desse sistema injusto que privilegia somente as elites de todos os países.
Mas se isso continuar.... não sei não! O sangue espanhol quando esquenta, lembrou meu amigo Jeosafá, já moveu muitos mundos na terra espanhola. E irá mover de novo, se preciso for... Os tambores - ou melhor, as castanholas - já se aquecem por lá! Os capitalistas irão tremer quando este povo se levantar como "toros" em touradas!
Aqui no avião, cinco da tarde do Brasil, acabaram de nos servir uma ceia porque em Madrid já é hora de jantar, são 21 horas, e é para lá que estamos indo... Entonces acabamos de dar um salto de 4 horas no tempo! Um salto das 17h para as 21h e eu preciso dormir às 19h porque serão 23h, senão amanhã estarei exausta e preciso ir à Academia Decinti, de Oscar e Alejandro, com quem vou estudar um pouco de pintura...
Hasta luego!