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terça-feira, 30 de junho de 2015

José Benlliure y Gil

La Barca de Caronte, José Benlliure y Gil, óleo sobre tela,103 x 176 cm, 1919
José Benlliure y Gil
Um dos pintores espanhois que conheci nesta minha última viagem à Espanha foi José Benlliure y Gil. Faz parte da coleção do Museu do Prado seu quadro “El descanso en la marcha”, pintado em 1876. Anotei seu nome e fui pesquisar sobre sua obra e história. Não temos muita coisa sobre sua biografia, mas é um pintor da geração espanhola do século XIX que vale a pena conhecer. Em especial pela pintura impressionante que está no topo deste post, "La barca de Caronte".

José Benlliure y Gil nasceu no pequeno povoado de Canyamelar, situado à beira mar, no município de Valencia, onde também nasceu Joaquín Sorolla, grande pintor espanhol. Ele nasceu no dia 30 de setembro de 1855, numa casa pertencente à família Beltrán, onde seus avós trabalhavam como caseiros. 

Filho de Juan Antonio Benlliure Tomás e Angela Gil Campos, ainda muito pequeno seus pais mudaram-se para uma rua baixa da cidade de Valencia, no bairro de Carmen, bairro de ruas e casas simples, onde José viveu sua infância. Sua família vinha de longa tradição artística. Seu irmão, Mariano Benlliure, se tornou um escultor de muito sucesso; seu outro irmão, Juan Antonio, aprendeu a pintar com José e também se tornou pintor.

Após seus primeiros anos de estudo escolar, foi matriculado na Escola de Belas Artes de Valencia, aos 14 anos, e passou a frequentar o círculo dos pintores que se reuniam em volta do ateliê de Francisco Domingo Marqués (1842-1920), de quem José Benlliure foi aluno.

"El tío José de Villar del Arzobispo",
1919, óleo sobre tela, 79 x 66 cm
Com 16 anos de idade apenas pintou os retratos dos filhos do rei Amadeo I de Saboya. Logo em seguida, com 17 anos, foi para Paris com um bolsa de estudos que ganhou da prefeitura de Valencia. Em 1876, com 21 anos de idade, ganhou uma medalha na Exposição Nacional de Artes com a obra “El descanso en la marcha” (ver abaixo). No mesmo ano, termina seus estudos na Escola de Belas Artes de Valencia.

Casou-se em 1880 com María Ortiz Fullana e muda-se para a cidade de Roma, na Itália, onde nasceram seus quatro filhos. Mais tarde, muda-se para a cidade de Assis, no norte da Itália. Em 1888 viaja pelo norte da África, passando por Argélia e Marrocos, onde se deixou influenciar pela cultura exótica e orientalista, o que era moda naquela época. Diversos outros artistas também tiveram esta influência, como Eugène Delacroix e Paul Gauguin, entre outros.

Em 1904 foi nomeado diretor da Academia de Belas Artes de Espanha em Roma, cargo que deixa em 1912 para se mudar definitivamente para sua terra, Valencia.

"El tío Maties", óleo sobre tela,
34 x 43 cm, 1900
Em 1919 foi nomeado presidente honorário do Círculo de Belas Artes e da Juventude Artística Valenciana, assim como “delegado regio” de Belas Artes daquela cidade. Em 1922, tornou-se diretor do Museu de Belas Artes e, de 1930 em diante, passou a ser o diretor da Real Academia de Belas Artes. 

José Benlliure y Gil foi bastante reconhecido em vida e muito respeitado em sua cidade, que lhe deu, em 1924, o título de “hijo predileto”. Ele também foi membro da prestigiada Academia Real de Belas Artes San Fernando de Madrid, onde estudaram grandes pintores espanhois.

José Benlliure y Gil faleceu no dia 5 de abril de 1937, deixando uma obra em que retratou os costumes do povo valenciano, assim como quadros com temas religiosos e retratos de eclesiásticos e burgueses. 

Benlliure tinha um estilo muito próprio e dava o mesmo tratamento a temas os mais simples e os mais grandiosos.

Graças a seu trabalho de documentar em pintura a vida dos valencianos, hoje é possível ver como era a vida naqueles tempos em sua região. Em suas telas aparecem personagens locais como “Tio Andreu de Rocafort” e o “Tio José de Villar del Arzobispo”, além de outros quadros.


El descanso en la marcha, 1876, óleo sobre tela, 118 x 168 cm
Autorretrato, José Benlliure y Gil
El tio Andreu de Rocafort, 99 x 68 cm, óleo sobre tela
Sacerdote revestido, óleo sobre tela, 85 x 63 cm
Na missa, 96 x 146 cm, óleo sobre tela
Retrato de Maria Ortiz em hábito de Monja, guache sobre cartão, 1887, 32 x 30 cm

terça-feira, 25 de março de 2014

El Greco de Toledo

"Vista de Toledo", 1596-1600, Metropolitan Museum of Art, Nova York

Neste ano de 2014, a arte espanhola rememora os 400 anos da morte de um de seus artistas mais importantes, dentre os muitos pintores espanhois: El Greco. Será feita na cidade de Toledo, Espanha, a maior exposição de sua obra em todos os tempos, com mais de 100 trabalhos de El Greco provenientes de mais de 29 cidades do mundo.

Um provável autorretrato de 1503
Domenikos Theotokopoulos, que ficou conhecido para o mundo da arte como El Greco, nasceu na cidade grega de Creta em 1541 onde viveu até os 26 anos de idade. Nesta ilha grega ele era um pintor de ícones pós-binzantinos. Após esse período, viajou à Itália onde viveu por 10 anos, primeiro em Veneza e depois em Roma. A partir de 1577, mudou-se difinitivamente para a cidade espanhola de Toledo, perto de Madrid.

Sua formação pictórica foi bastante ampla. Desde as primeiras lições sobre a arte bizantina até a passagem dele por Veneza, onde conheceu a obra dos maiores mestres do Renascimento, em especial a de Tiziano. Em Veneza ele aprendeu a dominar a técnica da pintura a óleo e sua gama de cores. Depois, em Roma, conheceu a obra de Michelangelo. Sua obra, pode-se dizer assim, é o resumo da influência recebida nesses lugares, e que traz uma característica bastante pessoal, com suas figuras alongadas e suas cores densas.

El Greco compôs desde grandes quadros para os altares de igrejas, assim como pinturas para conventos e mosteiros, e também retratos, que são considerados como de alto nível. Na primeira fase de sua vida na Espanha, na pequenina cidade de Toledo, nota-se bastante a influência dos mestres italianos. Mas aos poucos, El Greco foi evoluindo para um estilo pessoal muito próprio: figuras delgadas e afinadas, uma iluminação intensa, figuras de grande expressão. Durante muito tempo sua obra foi esquecida e tratada como de “menor” qualidade, e ele mesmo tratado como um excêntrico, quase marginal na história da arte. Até que foi redescoberto no século XIX e ser hoje considerado como um dos grandes pintores do mundo.

Detalhe de "Cristo abraçado à cruz", 1580-85
Apesar de El Greco ter vivido a maior parte de sua vida em Toledo, nunca foi feita uma mostra de sua obra nesta cidade. Em 1902 foi feita uma primeira exposição sobre sua obra no Museu do Prado, em Madrid, sendo seguida depois por inúmeras exposições feitas em vários lugares do mundo. Mas em Toledo, esta é a primeira vez.

A mostra, intitulada “El Greco de Toledo” terá como sede principal o Museu de Santa Cruz, mas se espalhará por vários lugares da cidadezinha, conhecidos como “Espaços Greco”: a sacristia da Catedral de Toledo, a Capela São José, o convento Santo Domingo el Antiguo, a Igreja de São Tomé e o Hospital Tavera. Todos esses lugares conservam as telas originais do pintor, permitindo que esta exposição tenha um caráter singular e irrepetível fora de Toledo.

A mostra vai percorrer a atividade de El Greco desde Candia, em Creta, passando por Roma e Veneza. Na parte que concerne à influência recebida dos pintores italianos, em especial Tiziano e Tintoretto, será dada ênfase ao tratamento dado à luz e à sombra.

Também mostrará seu trabalho como retratista, o único que lhe deu reconhecimento e fama daqueles que viveram em seu próprio tempo, mesmo que já se diferenciasse do tipo de retratos que eram pintados na Espanha dos tempos do rei Felipe II.
Mas a exposição também traz de diversos países e museus, as obras de El Greco que foram sendo adquiridas e levadas para fora da Espanha: Entre elas: Vista de Toledo (Nova York, EUA  - The Metropolitan Museum of Art), São Martin e o mendigo (Washington, EUA - The National Gallery), Cristo na Cruz com dois ladrões (Paris, França - Museu do Louvre), São Lucas pintando a Virgem (Atenas, Grécia - Benaki Museum), A Adoração dos pastores (Roma, Itália - Galleria Nazionale d´Arte antica Palazzo Barberini), São Pedro e São Paulo (São Petersburgo, Rússia - The State Hermitage Museum) e o Retrato de um escultor (Genebra, Suiça - Coleção particular), entre outros.

"Cavalheiro com a mão no peito", cerca de 1580
El Greco se instalou em Toledo a partir de 1585. No mesmo ano, um teórico da arte italiano , Federico Zuccaro, vai visitar o pintor e leva para ele de presente uma cópia do livro de Giorgio Vasari “Vida dos pintores”. Neste livro, El Greco fez diversas anotações de seu próprio punho e vê-se que foi objeto de muitas de suas reflexões sobre a pintura.

El Greco morava numa casa que tinha sido emprestada a ele pelo Marquês de Villema. Na verdade, uma mansão enorme, que lhe dava muitos gastos na manutenção. Seu ateliê mantinha uma produção contínua e ele sempre recebia muitas encomendas, especialmente para decorar igrejas, conventos e palácios. Muitos retratos foram encomendados a ele. Seu filho, Jorge Manuel, era seu assistente e também pintor. Na mesma mansão moravam, além do pai e do filho, a mãe dele - Jerônima de las Cuevas - assim como diversos ajudantes de seus ateliê. A casa era frequentada por um grupo mais restrito de seus amigos e de eruditos e humanistas da cidade, professores da universidade de Toledo, muitos deles retratados por El Greco. Poucos deles eram ligados à nobreza.

"A fábula", cerca de 1600
Atualmente, uma das grandes especialistas na obra de El Greco é Maria Leticia Ruiz Gómez, chefe do Departamento de Pintura Espanhola Anterior a 1700 do Museu do Prado. Ela está à frente de todo esse trabalho de mostrar ao mundo a importância deste pintor, sendo uma dos curadores da maioria da exposições que acontecerão este ano na Espanha. Em um dos textos de divulgação de uma das mostras, intitulada “El Greco: Arte e Ofício”, Leticia Ruiz Gómez diz:

“El Greco é, sem dúvida, um caso único de personalidade artística em contínua evolução, um imenso criador cuja profunda originalidade está presente em sua capacidade para absorver fórmulas e modelos de outros até convertê-los em ícones únicos e inesquecíveis.

Porém, além de conceber a Arte com letra maiúscula, a essência mesma da criação artística, Domenikos Theotokopoulos foi mestre de um ateliê complexo que precisava dar saída comercial a boa parte das encomendas de uma numerosa e heterogênea clientela, para fazer sua arte rentável.

A abertura de um ateliê estável na própria casa do pintor o obrigou a uma dinâmica criação pictórica complexa, da qual El Greco se ocupou pessoalmente das obras mais importantes, assim como fazer estudos para as composições mais solicitadas, intervendo na elaboração de réplicas e de cópias, participando em diversos graus do trabalho em seu ateliê.

Alem disso, teve que lutar para conseguir a autonomia que gozavam os artistas em Creta e na Itália, numa Espanha onde as práticas artísticas ainda estavam ligadas ao mundo artesanal, com restrições que sempre lhe chocavam.

Refletir e mostrar esse complexo sistema de criação artística, englobando as obras mais importantes de toda a produção do ateliê de El Greco, é o propósito desta mostra”.

Domenikos Theotokopoulos - El Greco - morreu em Toledo em 1614.

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Site com toda a programação de exposições na Espanha para 2014:

http://www.elgreco2014.com/

"A morte de Laocoonte", interpretação de El Greco com Toledo ao fundo, 1614

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Diário de Madrid II

O urso com a árvore, símbolo da Espanha
Meu primeiro dia em Madrid rendeu muito. Apesar do cansaço de uma noite dentro do avião, fui caminhar. Minha amiga Susana, que está em Lisboa, me sugeriu um lugar para almoçar: o restaurante Miau na Plaza de Santa Ana, que tem um gatinho como logomarca. Em homenagem a meus gatos Xavier e Nestor, fui para lá. Passei pela Puerta del Sol, andei pelas ruas, caminhando e olhando tudo. Madrid é uma cidade linda. Lembra Paris em alguns lugares, mas há algo de diferente. A cidade não é muito grande e dá para andar a pé por aqui sem muitos problemas. A Plaza de Santa Ana, a Puerta del Sol, a Plaza Mayor, assim como o Museu do Prado e o Reina Sofia fica tudo meio perto...

Meu almoço: primero plato, una ensalada russa, mui buena y bien servida. Segundo plato, um peixe com salada de batata. Acompanhando, 2 taças de vinho da região de Rioja que, segundo outro amigo, Adalberto, parece que produz os melhores vinhos espanhois. Como postre (sobremesa), um pudim de leite com chantilly, enrome. Ao final um café. Preço de tudo isso? Onze euros somente!

Na Plaza Mayor, aglomerações de turistas. Nesta Plaza aconteceram grandes execuções públicas de bandidos, mas também de revolucionários. Aqui crepitaram as fogueiras e os julgamentos da Inquisição. É uma construção quadrada, com prédios de 3 andares colados uns nos outros. Há uma estátua equestre no centro, da qual eu fiz um sketch rápido. Enquanto desenhava, uma moça se aproximou e ficou me filmando enquanto eu desenhava. Não sei que lingua ela falava, não parecia espanhola. Ri para ela, que aprovou meu desenho. Nem posso posta-lo aqui agora, porque o cartão SD da minha câmera não está cabendo na entrada do netbook que estou usando...

Vi alguns mendigos na Plaza Mayor. E muitos artistas de rua em muitos lugares. Um deles era tenor e cantava uma ópera ao ar livre. Alguns passavam e depositavam suas moedas na caixinha em frente a ele. Outros tocavam sozinhos seu violão. Outros, cantavam em grupo. Um desses artistas de rua assustava os que passavam do lado. Só aparecia seu rosto, pintado com cores escuras como um personagem de filmes de terror e do seu lado uma cara de cão malvado, do outro uma cara de lobo assustadora. Aos desavisados que passavam muito perto, ele gritava e mexia as cabeças dos bichos, assustando as pessoas e fazendo rir os que assistiam à cena. Quando se depositava uma moeda em sua caixinha, se era homem, ele gritava mexendo as cabeças: Muchas gracias! Se era mulher, ele era mais suave... Muito engraçado!

Na Gran Via, às sete da tarde (ainda muito claro por aqui) vi minha primeira manifestação contra a crise: um grupo de uns cem espanhois faziam muito barulho e se transformavam em mil. Com cartazes atacando "banqueros y gobierno" gritavam: "Usted ahi mirando, también te estan robando!" Concordei com eles, fiquei um pouco observando a cena, vi que um carro da polícia acompanhava tudo de perto. Senhoras e senhores idosos também estavam lá e também gritavam: o velho e bom sangue espanhol! Acá y en esta lucha, somos todos hermanos! Contra el capitalismo!

Uns metros abaixo desta manifestação, na esquina da Gran Via com a Calle Fuencarral, onde estou hospedada, havia um outro mendigo: inteiramente vestido de palhaço, rosto pintado e nariz de borracha vermelho. Mas não ria nada. Cheguei perto e observei: era um senhor já idoso, se viam as rugas atrás da maquiagem... Seria um palhaço desempregado? Seu circo teria sido extinto e ele estava sozinho no mundo, sem seus companheiros? Deu vontade de saber sua história. Depositei uma moeda de 1 euro em sua caixinha. Ele falou um "Gracias" com voz baixa e cansada, sem se mover. Lembrei-me do filme de animação "O Ilusionista". Deu pena dos artistas sem trabalho... Deu vontade de chorar...

Academia Decinti

Ainda no Brasil eu tinha descoberto dois pintores daqui que mantém uma escola de arte no bairro de Chamarti. Peguei o metrô na estação da Puerta del Sol e desci quatro estações depois, na Iglesia, que também fica ao lado do Museu Sorolla, que irei visitar hoje. O ateliê não é muito grande, mas tinha umas dez pessoas trabalhando lá, junto com Alejandro, um dos professores. O outro é Oscar. Me apresentei e eles me receberam muito bem muito simpáticos. Conversamos bastante, ele me disse que seguem a estética da pintura espanhola e mais especialmente a de Joaquín Sorolla. Resultado da conversa: a partir desta segunda irei fazer um curso intensivo no ateliê deles, 4 horas por dia, de segunda a sexta. Ele me disse que irei utlizar uma palheta de cores primárias, mais preto e branco. Vou fazer a experiência de pintar sem tons de terra. Saí de lá muito feliz e com uma grande expectativa de estudar um pouco com eles aqui em Madrid!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Diário de Madrid I

Plaza Mayor, Madrid
Comecei uma viagem de 10 dias a Madrid, Espanha. Vim fazer estudos, desenhar e pintar. Fazer desenhos gestuais nos museus. Aprender com os mestres espanhóis, me embriagar com sua arte. Por isso, a partir de hoje, este blog será um relato desta viagem.

Primeiro relato, no avião:

dia 3 de abril, 17h
Estou sentada na segunda fila de um vôo da Iberia de São Paulo para Madrid. Acabei de resolver: meu blog nos próximos 10 dias será transformado em meu diário de viagem. Assim os que quiserem podem acompanhar diariamente aqui esta viagem que promete muito! É a segunda vez que vou a Madrid, a primeira em 2001. Eu era outra, meus olhos não viam o que hoje vejo.

Mas neste momento lembro que estou indo para um país atingido por uma forte crise econômica nestes tempos. Quase 27% dos espanhóis estão sem emprego e em torno de 50% dos jovens até 30 anos não têm trabalho! Crise dura! Crise capitalista, mais uma. Como disse Marx no século XIX, o capitalismo não sobrevive sem crises. Ouvi falar no Brasil de que o número de suicídios aumentou, que a falta de perspectiva de melhora a curto prazo está angustiando esse povo. O que diria - e faria - Francisco Goya se vivesse nestes tempos e visse seu povo submetido a mais esse sofrimento? Iria para as praças e ruas, junto com a população, protestar, gritar, pedir o fim desse sistema injusto que privilegia somente as elites de todos os países.

Mas se isso continuar.... não sei não! O sangue espanhol quando esquenta, lembrou meu amigo Jeosafá, já moveu muitos mundos na terra espanhola. E irá mover de novo, se preciso for... Os tambores - ou melhor, as castanholas - já se aquecem por lá! Os capitalistas irão tremer quando este povo se levantar como "toros" em touradas!

Aqui no avião, cinco da tarde do Brasil, acabaram de nos servir uma ceia porque em Madrid já é hora de jantar, são 21 horas, e é para lá que estamos indo... Entonces acabamos de dar um salto de 4 horas no tempo! Um salto das 17h para as 21h e eu preciso dormir às 19h porque serão 23h, senão amanhã estarei exausta e preciso ir à Academia Decinti, de Oscar e Alejandro, com quem vou estudar um pouco de pintura...

Hasta luego!