Murillo: A sagrada família do passarinho, 1645-1650 |
O Museu do Prado de Madri reúne um acervo de pintura dos mais importantes da Europa, mais especialmente de pintores espanhóis cujos nomes simbolizam o que há de melhor na pintura universal, como Diego Velásquez, Francisco Goya, José Ribera e Murillo entre outros. Sem esquecer que Salvador Dali e Pablo Picasso também eram espanhóis.
Murillo: Autorretrato, 1670, óleo sobre tela |
Além de obras que pertenceram a Justino de Neve, um cônego da igreja de Sevilha, Murillo também fez pinturas para a igreja de Santa Maria La Blanca, para a catedral e para o Hospital dos Veneráveis Sacerdotes.
Justino de Neve, além de amigo de Murillo, foi seu mecenas em algumas das pinturas mais importantes, como por exemplo as da Fundação de Santa Maria Maior, três dos quais foram restaurados para esta exposição. Também estão lá na mostra a Alegoria da primavera (A florista), e O verão, entre outras.
Justino de Neve adquiriu em sua vida pelo menos 18 quadros de Murillo, entre os quais seu retrato, executado pelo pintor. Inspirado em artistas italianos e em Van Dyck, Murillo retratou Justino de Neve com elegância e grandeza.
Murillo: retrato de Dom Justino de Neve, óleo sobre tela |
Há também um autorretrato de Murillo e, segundo o texto que apresenta a exposição, é “junto ao de Velázquez em ‘As Meninas’, um dos mais sofisticados e influentes retratos de artistas da Espanha do século XVII.”
Breve biografia
Bartolomé Esteban Murillo nasceu em Sevilha (Espanha) em 1617 e faleceu a 3 de abril de 1682. Foi um pintor barroco espanhol, figurando ao lado de outros grandes mestres: Caravaggio, Rubens, Rembrandt, Vermeer e Zurbarán.
Com uma característica realista, Murillo estava imerso dentro da fase plena do Barroco, mas alguns críticos dizem que ele poderia já ser um prenúncio do futuro estilo rococó, praticado pelo francês Fragonard, muito mais tarde.
Figura central da escola de pintura de Sevilha, Murillo teve muitos discípulos e seguidores de seu estilo, levando sua influência até o século XVIII. Ele foi também o pintor espanhol melhor conhecido e mais apreciado fora de seu país, no mesmo período.
Murillo: Pequeno camponês sorrindo no parapeito, óleo sobre tela |
As notícias sobre seus primeiros anos de vida e sua formação como pintor são escassas. Mas admite-se que ele tivesse passado pelo ateliê do pintor Juan del Castillo, parente de sua mãe. A influência de Castillo pode ser notada na expressão amigável dos rostos das pinturas de Murillo de sua primeira fase, que era também uma característica de seu mestre.
Em 1645 ele pintou treze quadros para o Convento de São Francisco, em Sevilha, onde se poderia notar, agora, uma influência de Van Dyck, Ticiano e Rubens. O sucesso desta encomenda foi tal que logo vieram outras.
No mesmo ano, Murillo se casou com Beatriz Cabrera y Villalobos, com quem teve nove filhos. Na peste de 1649, que assolou a cidade de Sevilha, quatro de seus filhos morreram. Mas mesmo com a peste, ele continuou a receber encomendas.
Murillo: O pequeno São João, óleo sobre tela |
Mas alguns meses depois, voltou para sua terra natal. Seu reconhecimento aumentava, assim como as encomendas, lhe permitindo ter uma vida tranqüila com sua família. Contribuíam para isso as propriedades deixadas por seus pais como herança.
Em 1663 Beatriz morreu em mais um parto.
A partir de 1665, sua produtividade foi ainda maior, pois as encomendas não só continuavam como aumentavam. Assim como sua fama, fazendo de Murillo um pintor conhecido em todo o seu país. O rei Carlos II convidou Murillo a estabelecer-se em Madrid.
Em 1681 recebeu como encomenda pintar os retábulos da igreja do Convento de Santa Catalina de Cádiz. Foi aí, enquanto trabalhava, que sofreu uma grave queda, resultando em sua morte, alguns meses mais tarde, já em 1682. Seu funeral foi pleno de honrarias, e ele foi enterrado como uma pessoa muito admirada por seu povo, como também aconteceu com o pintor italiano Rafael, ao qual nos referimos anteriormente neste blog (leia aqui).
Murillo, assim como os mestres do barroco Caravaggio, Velázquez e Rembrandt, entre outros, davam um tom realista a suas pinturas. Em seus quadros, as figuras são inspiradas em modelos reais, em pessoas comuns. E em estilo pictórico, modelo inaugurado por Rafael Sanzio (1483-1520), enquanto pintava a Stanza d’Eliodoro, como ressalta Heinrich Wöllflin em Conceitos Fundamentais de História da Arte. Na sequência, ao final do século XVI, surge Caravaggio, o grande mestre do Barroco, pintor também realista, fascinado pelos efeitos da luz, que ele pintou como ninguém. E inspirou tantos outros mestres após ele, como os espanhóis Velázquez, Zurbaran, Ribera e Murillo.
Murillo: Alegoria da Primavera (A Florista), Óleo sobre tela, 1665-1670 |
Que lindas que são as obras deste pintor!
ResponderExcluirEu quero comprar alguma para a minha casa, mas ainda não me decidi por alguma em especial.
Olá ! minha tia tem um quadro do Bartolomé Esteban Murillo com uma descrição "della tolovozza n 900 - le fauconnier - collezione privatta, ela queria saber se essa obra tem algum valor estimado, mas não encontro nenhuma história dessa obra, oque eu faço ? por favor entre em contato pelo e-mail clovis4ribeiro@gmail.com
ResponderExcluirGRATO!