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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A Grande Onda de Hokusai no Grand Palais de Paris

A grande onda fora da costa de Kanagawa, cerca de 1831, Hokusai
Desde o dia 1º de outubro e até o dia 18 de janeiro de 2015 quem estiver em Paris poderá admirar de perto esta obra-símbolo do grande artista japonês Katsushita Hokusai (1760-1849), além de muitas outras. Bastante conhecida, esta obra-prima faz de seu autor o artista japonês mais conhecido ao redor do mundo.


Autorretrato, Hokusai
O Grand Palais de Paris está fazendo uma retrospectiva bastante grande da obra de Hokusai. Sua obra, que inclui pinturas, desenhos e gravuras encarna a alma da cultura do seu país, especialmente suas paisagens. A exposição apresenta cerca de 500 obras e grande parte delas não tinha ainda saído do Japão e farão parte do acervo do Museu Hokusai, que será inaugurado em Tokio em 2016.

Hokusai, que nasceu em 1760, é, junto com Hiroshige, nascido em 1797, um grande mestre do desenho. Ele mesmo se autonomeava o “Louco do desenho” porque era um apaixonado por seu ofício. Foi Hokusai quem inventou o termo “manga” (que designa o conjunto dos cadernos de desenho de croquis (desenhos de observação, anotações, apontamentos), que hoje conhecemos mais como sketchbooks). Ele tem uma produção muito grande desses apontamentos feitos ao longo de sua larga vida. Hokusai se impôs a disciplina de fazer pelo menos um desenho por dia!

“A grande onda” faz parte de um conjunto de 36 vistas do Monte Fuji, todas feitas por ele. Ele mostra os homens lutando contra os elementos do mundo flutuante dentro da visão budista; a impermanência do mundo, onde a fragilidade do homem aparece diante da grande natureza. Um mundo em movimento e o homem no movimento desse mundo.


Cartaz da mostra do Grand Palais
O monte Fuji, um dos ícones turísticos do Japão, pode ser avistado a centenas de kilômetros de distância e tem sido um lugar de peregrinação para os japoneses de tradição xintoísta. A cena mostra uma tempestade na Baía de Tokio, em que três barcos com pescadores lutam contra as ondas, e os homens seguram-se a seus barcos. Levando-se em conta a altura média de um homem, foi feito um cálculo de que Hokusai teria pintado essa onda numa proporção de mais ou menos uns 15 metros de altura.

A primeira onda - do primeiro plano - parece preparar a quebra da grande onda. As ondas evocam o movimento contínuo e perpétuo do mar, do tempo e da vida. O Azul da Prússia, o Azul mais claro e o Branco estão claramente separados, as formas são marcadas com um círculo preto característico do estilo de Hokusai. As formas, cheias e vazias, também dão movimento como se simulassem o conhecido símbolo do Yin e do Yang, em perfeita complementaridade.

Diz-se que Hokusai se inspirou na perspectiva ocidental, para construri seus trabalhos. Por outro lado, sua influência como artista sobre pintores ocidentais e gravadores é ainda maior. Desde Van Gogh, Pissarro, Degas, Renoir e Monet tinham cópias das “Trinta e seis vistas de Monte Fuji”. Além deles, Claude Debussy, compositor de “O Mar”, possuía um exemplar de “A Grande Onda”.

Para saber mais sobre Hokusai, clique aqui.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Portinari no Grand Palais de Paris

O díptico "Guerra e Paz", pintado por Portinari e presenteado pelo governo brasileiro à ONU
No último dia 6 de maio os dois paineis “Guerra e Paz” pintados pelo artista brasileiro Candido Portinari foram inaugurados em exposição no Grand Palais de Paris e poderão ser vistos pelo público francês e europeu pela primeira vez.
Cartaz do Grand Palais
A exposição desta obra-prima do pintor brasileiro em Paris tem a curadoria do seu filho João Candido Portinari, que dirige o Projeto Portinari, que inclui a catalogação de toda a obra do pai, assim como o arquivo de documentos importantes relativos à vida desse grande artista brasileiro. Candido Portinari - lembra a apresentação no Grand Palais - "fez suas as palavras de Léon Tolstoi: 'Se queres ser universal, começa pintando a tua aldeia".
Guerra e Paz” de Candido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes pintores do Brasil, foi ofertado pelo governo brasileiro às Nações Unidas e instalado no hall de entrada da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em 1957.
Pela primeira vez em mais de meio século os dois paineis que formam “Guerra e Paz” saíram do prédio da ONU e, depois de terem sido apresentados no Brasil, poderão ser vistos no Grand Palais de Paris, França, antes de retornar definitivamente para seu local no prédio das Nações Unidas. Aqui em São Paulo, em 2012 foi visto por mais de 600 mil pessoas no Memorial da América Latina.
Esta exposição em Paris está sendo organizada pelo Projeto Portinari, com apoio dos Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Cultura do Brasil em conjunto com o Ministério da Cultura e Comunicação da França e da Réunion des Musées Nationaux – Grand Palais, com a coordenação de Expomus.
Os painéis “Guerra e Paz” poderão ser vistos pelo público francês de 7 de maio a 9 de junho de 2014, no Grand Palais, Salon d’Honneur.
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