Mas vamos ao artistas que interessam…
O Museu norte-americano foi para o outro lado e, ao invés de mostrar lixo como arte (mesmo que reconheçamos que se trata de um lixo muito caro, como os cadáveres de Hirst), resolveram abrir as portas do Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque para apresentar diversas exposições com artistas do nível do holandês Franz Hals, por exemplo, além de desenhos chineses da dinastia Ming, de pinturas hindus e de caricaturas feitas por desenhistas que vem desde Leonardo da Vinci ao caricaturista norte-americano David Levine.
Autoretrato, Franz Hals |
Franz Hals
Este artista nasceu entre 1580 e 1583, nos países baixos, região onde hoje fica a Holanda. Teve dois filhos com a primeira esposa, que faleceu em 1616, e mais oito filhos com a segunda. Destes filhos todos, cinco seguiram a carreira do pai e também se tornaram pintores. Após a Queda de Anvers, sua cidade natal, tomada pelas tropas espanholas, se refugiou em Haarlem, onde viveu o resto da vida.Por volta de 1600 começou sua aprendizagem na pintura, no atelier de um outro flamengo que emigrou, Carel Van Mander, um pintor maneirista. Mas desde seus primeiros quadros, Hals mostra semelhança com os pintores caravagescos de Utrecht (influenciados pelo italiano Caravaggio). O estilo de Franz Hals influenciou de uma forma marcante, mais de dois séculos depois, o pintor realista Gustave Courbet e também os impressionistas como Van Gogh, Monet e Manet.
Hals é mais conhecido por seus retratos da burguesia e dos cidadãos ricos da época, mas também retratou diversas pessoas de origem social diferente: militares, comerciantes, advogados, funcionários públicos, músicos, cantores de rua, pescadores… Seus rostos – como fazia Caravaggio – não eram idealizados, mas mostravam as expressões faciais de cada um. Pintor barroco, ele pintou com um realismo intimista e radicalmente livre.
Contemporâneo de outro pintor holandês também barroco e também com viés realista, Rembrandt, Franz Hals se distinguia dele pelos efeitos de luz e sombra em suas telas. Mas os dois são especialistas em pequenos toques com tinta na tela, que são suficientes para produzir efeitos de luz e de sombra, sem cair no detalhismo dos pintores mais voltados para a pintura linear.
A Arte do desenho no século XVII chinês
O período abordado por esta exposição vai de 1368 a 1644, quando houve o colapso da dinastia Ming e a conseqüente conquista da China por tribos nômades. Este foi um dos períodos mais traumáticos da história chinesa, mas permitiu surgir uma onda de artistas que se destacaram nessa época. Na exposição estão presentes mias de 60 pinturas de paisagens e caligrafias que demonstram um estilo bem pessoal dos artistas dessa época, como Huang Daozhou, Hongren, Shanren Bada (Zhu Da), e Shitao. Suas pinturas demonstram as condições emocionais em que viviam os artistas sob o poder invasor, suportando condições muito severas de vida, pressões psicológicas de toda ordem (pois eles se mantinham fieis aos seus antigos governantes) e muitos deles buscaram refúgio em meio à natureza, que retrataram com paisagens muitas vezes duras, densas. Mas esses artistas usaram a pintura e a caligrafia como forma de se expressarem, com isso desenvolvendo uma técnica e um estilo que influenciam a pintura chinesa até os dias de hoje.
Pintores mestres da Índia
Abrangendo o período que vai de 1100 a 1900, portanto oitocentos anos da pintura hindu, que tem sido classificada de acordo com os diversos estilos regionais, e também dinásticos, com ênfase no tema e conteúdo narrativo. São 220 trabalhos selecionados a partir dos 40 maiores pintores indianos, alguns dos quais estão sendo identificados pela primeira vez.Caricatura e sátira de Leonardo a Levine
A exposição explora o desenho como caricatura e sátira em suas diversas formas a partir do Renascimento italiano até o presente, elaborado principalmente a partir do rico acervo desse material no Departamento de Desenhos e Gravuras do Museu, que contém – entre tantos – desenhos, por exemplo, do italiano Giovanni Paolo Panini (1691-1765).Inclui desenhos e gravuras de Leonardo da Vinci, do francês Eugene Delacroix, do espanhol Francisco Goya, do também francês Henri Toulouse-Lautrec, assim como obras de artistas mais frequentemente voltados ao humor, como James Gillray, Thomas Rowlandson, Honoré Daumier, Al Hirschfeld e o norte-americano David Levine. Muitas destas caricaturas nunca foram exibidas antes, sendo, por isso, pouco conhecidas do público.
Quer dizer... dentro da lógica da elitezinha local, o "primeiro mundo" está escolhendo mesmo é ver Arte.