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quinta-feira, 5 de julho de 2012

4 de julho: noite para confraternizações

Com João Candido Portinari e João Carlos Amazonas
A noite de 4 de julho estava iluminada por uma lua enorme e um céu claro. E o livro foi lançado, assim como a sorte!

Aqui na terra, em São Paulo, havia uma eletricidade no ar, uma ansiedade que dava para se sentir nos dedos, pois o Corinthians ia ser campeão da taça Libertadores. A ansiedade era geral em todos os cantos da cidade, por causa do futebol.

Mas na Rua Augusta, na Livraria do Espaço Unibanco do meu amigo Ronaldo, outras pessoas também se juntaram, mas para compartilhar comigo esse momento precioso do lançamento do meu livro "As Artes Plásticas na formação do professor", da Editora Plêiade.

Aproximadamente cem pessoas compareceram lá, entre artistas plásticos, poetas, escritores, jornalistas, intelectuais, políticos, cineclubistas, colegas de trabalho, família. Lá fora, o frisson do jogo de futebol que começaria logo depois dominava a cidade. Mas na Livraria, as conversas eram em torno da arte, do papel da arte no mundo e da necessidade de abrirmos cada vez mais e mais espaços para que a arte possa ser usufruída por mais pessoas. A confraternização era em torno de um projeto, o livro, que pretende contribuir, um pouco que seja, para o debate em torno do papel da arte em nossas vidas.


Foi uma noite feliz, que juntou amigos de tão diversos lugares. João Candido Portinari, que veio do Rio; José Carlos Ruy, Verônica, Mariana e Fátima, de Itu; Edith e Antonio, de Tatuí. E todos os outros, dos mais diversos cantos desta cidade. Um movimento bom em torno de ideias que nem são minhas, que pertencem de alguma forma também a todos eles, com quem tenho aprendido muito em anos de convivência, de estudo, de incentivo, de apoio conjunto.


Um autógrafo para a pequena Marina Pompe 
Devo agradecer a muitos deles, mas especialmente a:

- Maurício Takiguthi - cujo ateliê tem sido um lugar onde tenho aprendido a olhar cada vez mais profundamente para o mundo e para a pintura;
- Jeosafá Gonçalves - o responsável pela ideia do livro, amigo véio, amigo e parceiro de tantos projetos;
- João Candido Portinari, pela alma generosa e presença tão honrada;
- os amigos do Atelier de Arte Realista;
- os amigos do Cineclube Baixa Augusta;
- os amigos e companheiros do PCdoB, sempre generosos, parceiros, sempre comigo;
- os amigos do Portal Grabois e Vermelho;
- os amigos do tribunal onde trabalho;
- os amigos Ronaldo Rangel, João Marques, João Brito, pelo apoio profissional;
- minha família: Gabriela, Edith, Toni, Antonio, Daniela, Eduarda;

A todos os que estavam presentes, com seu apoio, sua força, seu incentivo.

E a todos os outros que nem puderam vir, mas que sei que estavam na minha torcida nesta noite de torcidas.

Noite memorável, para não esquecer nunca mais!

Thomaz Gomide, Claudio Gonzalez, eu, João Candido Portinari, José Carlos Ruy, Jeosafá Gonçalves
Elisa, eu e meu mestre Maurício Takiguthi, do Ateliê de Arte Realista

domingo, 1 de julho de 2012

Lançamento do livro: As artes plásticas na formação do professor - uma perspectiva interdisciplinar

Estudo da pintura de Vermeer "Moça com brinco de pérola", no Atelier Vermeer, Paris, 2011
Na próxima quarta-feira, dia 4 de julho, a partir das 19 horas, estarei fazendo o lançamento do meu livro As artes plásticas na formação do professor, uma perspectiva interdisciplinar. Todos estão convidados a comparecer na Livraria do Espaço Unibanco de Cinema, à Rua Augusta, 1475, São Paulo.


Este livro surgiu de uma ideia do meu amigo e poeta Jeosafá Gonçalves, educador e consultor de diversas editoras, de transformar textos e artigos publicados neste blog e em alguns portais e revistas, num formato de livro de apoio à formação do professor.

Essa possibilidade me mobilizou a vasculhar, entre os meus escritos, aqueles que podiam formatar um livro que fosse útil para quem quisesse saber um pouco mais sobre arte. Jeosafá me ajudou nessa escolha, e a organização dos textos em livros e capítulos passou por suas mãos, experimentadas em preparar livros de apoio a professores.

Mas esse livro, na verdade, pode servir a qualquer pessoa que queira conhecer um pouco mais sobre o mundo fascinante e encantador das artes plásticas. É fruto de vários anos de estudo e pesquisa da teoria e da história da arte, do ponto de vista de uma artista figurativa, que insiste em permanecer imersa dentro da linhagem dos mestres da pintura com viés realista.

Vale salientar que participar de um Atelier de Arte Realista aqui em São Paulo, sob a orientação do pintor Maurício Takiguthi, tem sido fundamental para guiar meus estudos teóricos e práticos tendo como foco a obra de grandes mestres da pintura universal, que vem desde Ticiano, Rafael, Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Vermeer... Ser parte dessa visão teórica e plástica é um exercício diário de resistência ao canto da sereia que poderia nos impelir a prescindir do exercício muitas vezes extenuante da técnica, da busca do nosso próprio aperfeiçoamento, em prol da mesmice e do pragmatismo dos dias atuais.

Vale também dizer que um outro grupo do qual faço parte, em torno do Cineclube Baixa-Augusta, que reúne artistas, cineastas e intelectuais, tem enriquecido muito as minhas reflexões, após muitas discussões, estudos e conversas de alto nível, focadas no mundo cultural contemporâneo.

Assim como minha formação humanista não me deixa esquecer que meu desejo por um mundo justo e solidário é também parte do meu impulso criativo. Do fundo da minha alma parte uma vontade enorme de ser grande, e que sempre me leva a buscar a vida em grupo, a formação coletiva que me leve para mais perto de um futuro igual para todos.

Então este livro também pode ser visto como a minha forma pessoal de ver esse mundo que nos maravilha, que é o mundo da Arte, que aproxima os seres humanos uns dos outros no tempo e no espaço. Enquanto vamos estudando a história da arte, desde tempos remotíssimos, vamos percebendo que a realidade objetiva vai impulsionando ideias, movimentos, sistemas. E que o artista, imerso em seu mundo em mudança, vai criando sua própria narrativa, descrevendo sua visão pessoal das coisas e muitas vezes sendo parte de profundas mudanças de rumo. O historiador da arte alemão Heinrich Wölflin dá um exemplo: Rafael, enquanto pintava a Stanza d’Eliodoro em Roma, entre 1512 e 1514, estava rompendo, aos olhos do mundo, com o modo plástico de ver as coisas de forma linear, inaugurando a fase pictórica em que as massas de cores rompiam os espaços, criando mais relações entre as cores, figuras e efeitos do quadro. Simultaneamente, a ciência se desenvolvia, assim como o capitalismo, a filosofia, a literatura, o teatro, a música.


O livro também traz algumas entrevistas e textos com pintores da atualidade: Maurício Takiguthi, Rubens Ianelli, Tereza Costa Rêgo, Edíria Carneiro. Assim como faço uma visita a importantes artistas plásticos europeus, americanos – inclusive brasileiros – e orientais. Dos clássicos aos contemporâneos, o leitor tem em mãos aspectos biográficos, estéticos e mesmo filosóficos mobilizados por esses artistas para expressar seu tempo, ou negá-lo.

Em todos os capítulos deste livro, a arte, a história e a sociedade se encontram e se revezam em ênfases sutis e articuladas, sob as quais jazem miríades de possibilidades de trabalho, seja em sala de aula, no caso dos professores, ou fora dela, no caso do leitor comum.

Um pouco sobre mim: desde 1979 venho me dedicando ao aprendizado desse mundo do desenho e da pintura, mas não de forma linear. Altos e baixos passaram por mim, nesses últimos 30 anos. Passei por escolas de arte diversas, entre as quais a Sociedade Brasileira de Belas Artes no Rio de Janeiro. Hoje estudo pintura com Maurício Takiguthi. Sou também bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, e faço pesquisa em teoria e história da Arte. Fiz parte de um workshop de pintura no Atelier Vermeer de Paris. Visitei dezenas de museus em diversos países, como Espanha, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Polônia, Brasil e Argentina, com finalidade de pesquisa. Desde 2009, mantenho este blog onde escrevo minhas ideias e estudos sobre artes plásticas, assim como colaboro com textos sobre o mesmo tema para diversas revistas e sites.

Para terminar, enquanto consciente de estar dando um passo arriscado, como é publicar um livro, lembro Clarice Lispector:

“Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena!”




sexta-feira, 4 de maio de 2012

As artes plásticas na formação do professor

Capa do livro
A Editora Plêiade publicou, esta semana, o livro de minha autoria As Artes Plásticas na Formação do Professor - uma perspectiva interdisciplinar.

Fruto do meu trabalho diário de pesquisa em torno da Arte e sua história, assim como das minhas reflexões pessoais a respeito do assunto, este livro nasceu, principalmente, como resultado e complemento a este Blog.

O livro é direcionado ao ensino de artes nas escolas, como apoio para o professor de artes ou de educação artística, pois pretende somar-se ao esforço para que esse ensino nas escolas não seja apenas uma atividade cosmética, de menor importância no âmbito do currículo e das práticas docentes.

Dentro da formação humanística que se faz absolutamente necessária em qualquer nível escolar nos dias atuais, as artes plásticas, a história, a geografia, a música, a literatura e o teatro, entre outras áreas da produção simbólica, se articulam para mobilizar reflexões muito além das especializações técnicas que empobrecem a visão do homem como um todo.

Mas eu fiz um recorte necessário e óbvio, como acontece sempre que nos deparamos com amplidões que jamais abarcaremos de uma só vez. A História da Arte é muito ampla e abrange um período vasto que vem desde os primeiros desenhos e inscrições rupestres em cavernas e em pedras, há mais de 20 mil anos. Para mostrar como ao longo da história da humanidade, a arte vem ocupando um papel fundamental em sua vida social e individual.

Muitas vezes precisamos confrontar épocas, rever trajetórias, para nos indagar: o que fizemos e por que fizemos? O que aprendemos? O que transmitimos?

Todos os sistemas sociais tiveram seus artistas, aqueles que deixaram a marca de um determinado período na história e na cultura, de um modus operandi social, econômico, cultural, político, espiritual. Porque a arte tem o dom de criar e fortalecer vínculos históricos, enquanto traça o caminho, na alma humana, entre o mundo real e o imaginário, entre a existência diária e presente e o sonho futuro.

A intenção não foi esgotar tão amplo assunto, mas levantar algumas ideias sobre períodos tão diversos que vão da Grécia antiga ao Barroco holandês, das figuras da Commedia dell’Arte italiana ao nosso carnaval de rua, apenas para trazer à tona um esboço muito pequeno de como se dá a evolução do pensamento artístico humano. Esse recorte, claro, foi baseado numa certa visão pessoal de que habitamos um mundo que é simultaneamente concreto e imaginário, cuja relação dialética se dá nesse vai e vem do nosso olhar.

Exemplares do livro em meu atelier
Uma resenha dos editores:

No primeiro capítulo desta obra, a título de exemplo, a autora vasculha os tempos remotos em que os homens garatujaram seus sonhos, medos e deslumbramentos nas paredes das cavernas. Porém, sem perder de vista que esse homem é um personagem mutante no eixo do tempo, comparecem em suas análises com foco na arte elementos de sociologia, com o que ficam contextualizados de maneira perspicaz os assuntos, sempre tratados à luz das estruturas sociais pelas quais os indivíduos lutaram ou contra as quais se insurgiram.

No segundo capítulo a autora apresenta ao leitor as possibilidades de acesso ao patrimônio imaterial da humanidade, que pode estar acondicionado em museus, mas que igualmente pode estar, e com frequência está, distribuído pela paisagem urbana (que o digam a cidade italiana de Florença, verdadeiro museu a céu aberto, e, no Brasil, as nossas cidades históricas mineiras).

A propósito de viagens a cidades como Paris ou Berlim, Rio de Janeiro ou Curitiba, e a diversos museus da Europa ou do Brasil, Mazé Leite demonstra como o espírito aberto e os olhos atentos podem contribuir, e muito, para a formação de nossos estudantes, particularmente de grandes e médias cidades, para os quais visitas a museus organizadas por escolas se vão tornando, felizmente, prática recorrente.

No terceiro capítulo, têm lugar reflexões sobre métodos e técnicas empregadas pelos artistas para expressar emoções e sentimentos, a partir de diversos formatos de texto, que vão da resenha crítica ao ensaio, passando pela entrevista e pelo texto com sabor de crônica – o que torna sua leitura um verdadeiro prazer. Aqui, não se está no domínio exclusivo das artes plásticas, mas na dimensão dela que faz fronteira não com os saberes do especialista, mas com o do observador, do leitor de obras visuais.

Isso se justifica em razão de que a consciência crítica só se desenvolve no espírito a partir de um aprofundamento necessário de leitura para o qual concorrem habilidades de observação, de comparação, de extrapolação, de ajuizamento – melhor exercidas quando explicitados os meios de produção dos próprios textos visuais.

Mazé Leite
Porém, todos sabem o quanto os artistas desenvolvem verdadeiros idiomas próprios para comunicar-se. Por isso, Mazé Leite, no quarto capítulo, visita importantes artistas plásticos europeus, americanos – inclusive brasileiros – e orientais. Dos clássicos aos contemporâneos, o leitor tem em mãos aspectos biográficos, estéticos e mesmo filosóficos mobilizados por esses artistas para expressar seu tempo ou negá-lo.

Sobre a autora: Mazé Leite é artista plástica, bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, e faz pesquisa em História da Arte. Estudou pintura na Sociedade Brasileira de Belas Artes, no Rio de Janeiro, na década de 1980. Passou pelo atelier de Feres Khoury e Louise Weiss, no começo da década de 1990. Pertence atualmente ao Atelier de Arte Realista de Maurício Takiguthi, em São Paulo. Também participou de workshop de pintura e oficinas de desenho em Paris, França, em 2011. Vem visitando museus em vários países, com finalidade de pesquisa, como Holanda, Polônia, Alemanha, Espanha, Portugal, França e Argentina. Desde 2009, mantém este blog onde escreve sobre artes plásticas e tem colaborado com diversas revistas e sites com textos sobre arte.

(Os editores)
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Obs.: Os interessados em adquirir o livro, podem escrever diretamente para a autora, através do e-mail:mazehsp@gmail.com.


Livro: AS ARTES PLÁSTICAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR
           – uma perspectiva interdisciplinar
Autor: MAZÉ LEITE
Editora: PLÊIADE
Assunto: ARTES – TEORIA, VIVÊNCIAS E HISTÓRIA
Ano: 2012