sexta-feira, 11 de março de 2011

Cinema e Arte no Baixa Augusta

Um grupo de artistas: cineclubistas, documentaristas, escritores, poetas, cantores, músicos e artistas plásticos se reunem toda quinta-feira na sede do Cineclube Baixa Augusta, na Rua Augusta, São Paulo. Usando como pano de fundo filmes históricos do cinema brasileiro, discutem experiências, pontos de vista, cultura, história, literatura, belas artes, poesia. Numa quinta-feira, assiste-se a um filme. Na quinta seguinte, encontram-se para conversar sobre o filme.

Começamos com o filme O ÉBRIO, clássico filme brasileiro de 1946, da diretora Gilda de Abreu, com Vicente Celestino no papel principal. Ele vive o personagem Gilberto SIlva, jovem do interior que vem à cidade grande e sofre todos os obstáculos possíveis até se formar em medicina. Torna-se rico e cantor famoso, além de médico, e acaba sendo traído pelos parentes e pela esposa. Desiludido, torna-se um bêbado mendigo, vagando pelas ruas da cidade.

Para ilustrar a conversa desta quinta-feira, 10 de março, brinquei um pouco com desenhos à carvão com a figura de Vicente Celestino em "O Ébrio." Assim como meu amigo João Pinheiro, ilustrador, começou a fazer uma história em quadrinhos, cuja primeira página pode ser vista aqui.

carvão sobre papel canson, 2011
carvão sobre papel canson, 2011

carvão sobre papel canson, 2011
carvão sobre papel canson, 2011
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Programação deste semestre:

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sonhos femininos do mês de março

Hendrickje adormecida (1655)
REMBRANDT
Pincel com tinta marrom - 20,3 x 24,6 cm
Museu Britânico  de Londres (Reino Unido)
Havia um sonho povoando a noite inquieta, enquanto seu corpo rolava entre fronhas e lençóis de uma imensa cama. Um sonho onde algo se partia ao meio: meio carne, meio alma. Dois pedaços, um pra cada lado se encontravam separados nas sinuosidades do espaço-tempo curvo, voando à velocidade ultraluminosa, numa perene transmutação de matéria em energia e em matéria novamente. Sem forma. Sem nome. Sem significado. Por que haveria de significar algo?

Ventos, como espadas afiadas, trespassavam o rosto sem forma, sem cara. Deformando-o, o vento cósmico. 

Naquela longínqua solidão de frios graus negativos, neutrinos rasgam tecidos, enquanto quarks recompõem nêutrons, e elétrons apaixonados zarpam sedentos da carga elétrica de prótons... Vagavam, algo partido, separados no espaço, meio tudo, meio nada,  multidimensionalmente caóticos, alma e corpo. 

Os pensamentos eram vagos, incertos, entre as fronhas brancas de linho, onde um pequeno inseto escuro pousa... por um segundo... e revoa.