Mostrando postagens com marcador carvão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador carvão. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, 30 de abril de 2014
domingo, 10 de julho de 2011
O fascinante mundo em preto e branco de Robert Longo
Catedral da Luz, 2008-2009, carvão sobre papel, 304,5x151,8cm |
Robert Longo |
Mas o que mais chama a atenção em Robert Longo não é nada mais do que seus enormes desenhos feitos simplesmente com carvão. Segundo ele disse a uma repórter do jornal "O Globo", o fascínio pelo carvão aconteceu meio como um acidente comum a quem é artista. Um dia ele queria desenhar e viu que não tinha lápis. Deu de cara com uns pedaços velhos de carvão e resolveu desenhar com eles. Foi aí que viu a potencialidade incrível do carvão para fazer desenhos maravilhosos.
Um fascínio que dá para compreender. Eu mesma, em minha experiência pessoal com os desenhos a carvão, vejo que há possibilidades imensas de desenho, quando conseguimos domar a “fera” que está por trás do carvão. Muita sujeira se faz até conseguir dominar a fluidez e obter toda a luz possível de um pedaço de carvão preto.
Vista da sala de estudo com livros em 1938, 2002, 167,6 x 274,3 cm, carvão sobre papel (escritório de Sigmund Freud) |
Seus desenhos gigantes falam, também, do mundo contemporâneo. Ele desenhou pessoas contorcidas, pessoas solitárias. Também quis dizer algo quando escolheu representar as três grandes religiões monoteístas da humanidade, desenhando seus lugares sagrados: a Basílica do Vaticano, o lugar de peregrinação mulçumana em Meca, na Arábia Saudita e o Muro das Lamentações em Jerusalém. Tudo isso... desenhado com carvão!
Mas a fotografia é uma coisa, o desenho é outra, claro. Longo ressalta que uma fotografia é obtida a partir de uma máquina, mas o desenho sai direto da mão do artista. Isso tudo é muito interessante, especialmente quando vivemos em um período em que Escolas de Arte ensinam (!) que desenhar já não é mais preciso; ou ensinam que desenhar e pintar está fora de moda. Ou que hoje, com a tecnologia e a informática permitindo outros meios, a mão do artista poderia se reduzir, talvez, aos movimentos sobre o mouse...
Como sou daquelas que desenham e pensam que o mundo será sempre desenhado, fico muito feliz quando vejo um artista "clássico" (desenhista e pintor), como esse, fazendo sucesso pelo mundo a fora!
Robert Longo está em cartaz, com uma exposição dos seus carvões, no Kunsthalle Weishaupt na cidade de Ulm, na Alemanha, além de galerias e museus norte-americanos. Alguns de seus desenhos foram publicados na oitava edição da revista “Serrote” do Instituto Moreira Salles, lançada esta semana na Feira Literária de Parati.
Três dos desenhos feitos com carvão por Robert Longo:
Basílica de São Pedro, Vaticano |
Peregrinos em Meca, Arábia Saudita |
Muro das Lamentações, Jerusalém |
Labels:
carvão,
Desenho,
FLIP,
Lamentações,
Robert Longo,
Serrote,
Sigmund Freud
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Moça com brinco de pérola
Estudo inicial com carvão, preparando para pintar a óleo |
talvez finalizado (16 de junho) - papel cartão |
Vermeer é um pintor barroco da Holanda, nascido em Delft em 31 de outubro de 1632, e falecido na mesma cidade em 16 de dezembro de 1675. Ele era fascinado pelo que conhecemos como "pintura de gênero", ou seja, pinturas de cenas da vida doméstica das pessoas. Cenas às vezes bobas, retratando momentos que muitas vezes nem percebemos o quanto são importantes, inclusive do ponto de vista pictórico! Uma das características da pintura realista é exatamente essa, a de descobrir esses momentos singulares da vida normal das pessoas normais, tornando-os eternos através da arte.
Sabemos que Vermeer trabalhava de forma lenta e meticulosamente. Tinha 11 filhos para sustentar com a venda de seus quadros, que às vezes eram trocados por carne, junto ao açougueiro. Mas dessa forma cuidadosa, suas obras mostram uma combinação de cores brilhantes e podemos ver como ele tinha perfeita maestria na manipulação e utilização da luz. Vermeer ficou esquecido por quase cem anos e só foi descoberto em 1866 pelo crítico de arte Théophile Thoré-Burger, que lhe dedicou uma série de artigos.
Desde então, Vermeer, assim como o outro holandês Rembrandt, é considerado um dos melhores pintores do Barroco holandês e da pintura mundial.
É um desafio e tanto, estudar esse quadro. Ver como ele manipulava as massas, os valores, a luz, a composição, e como com pequenos toques dava a configuração da essência da forma. Ou seja, como ele pintava exatamente o que era necessário! Para mim, a busca dessa simplicidade é um dos fatores mais importantes, um dos objetivos a serem alcançados. E a simplicidade é das coisas mais dificeis de serem alcançadas...
Vamos em frente...
Labels:
Barroco,
carvão,
pintura a óleo,
Realismo,
Vermeer
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Novos estudos com carvão e lápis-carvão
Nas duas últimas quintas-feiras, com sala cheia, assistimos A FALECIDA, longa de Leon Hirszman, adaptado da peça homônima de Nelson Rodrigues e conversamos sobre ele, aspectos técnicos, poéticos, estéticos, simbólicos, etc. É um filme de 1965, quando Leon Hirszman tinha apenas 27 anos de idade. Dirigiu atores desse filme como Paulo Gracindo, Fernanda Montenegro, Wanda Lacerda, Nelson Xavier, Hugo Carvana, Zé Kétti, José Wilker e outros menos conhecidos porém igualmente importantes para o cinema brasileiro.
Leon estreou com o curta PEDREIRA DE SÃO DIOGO, um dos episódios de CINCO VEZES FAVELA, de 1962, produzido pelo CPC da UNE, de que foi fundador, tendo iniciando sua saga de cineasta, como todos então, nos cineclubes da época.
Nossos fóruns estão sendo gravados e editados pelo cineasta e cineclubista JOÃO Luís de BRITO Neto. Assim, estamos elaborando o memorial do nosso "Ciclo Antônio Gouveia Jr" de cinema e literatura.
Inspirada no filme, fiz este desenho. A moça que tinha os dias contados se envolve com a ideia da própria morte. Aqui abaixo, ela olhando para ela, a morta-viva ou viva-morta, pois assim era a vida da personagem principal. Ela, que desejava ter o enterro mais chique do mundo para ter na morte o que a vida não lhe deu. No fim morreu como viveu, pobre mulher de subúrbio, casada com um malandro jogador de sinuca.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
Estudos do atelier:
Estudos feitos à carvão e lápis-carvão, com modelo vivo. A ideia é aperfeiçoar o uso da massa aberta e do Valor para dar a ideia de profundidade tridimensional. Observar a incidência da luz, os valores diversos das áreas de sombra. Desenho construído de fora para dentro com o uso do gestual. O modelo é o Tiago, aluno do atelier de Maurício Takiguthi, pintor realista de São Paulo, com quem estudo atualmente.
estudo n. 01 |
estudo n. 02 |
estudo n. 03 |
estudo n. 04 |
estudo n. 05 |
estudo n. 06 |
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Aos mineiros do Chile
O Poeta PABLO NERUDA, em um discurso em 1947 (!), no Senado do Chile, denunciava as condições de vida dos mineiros de seus país e perguntava indignado: "Como é possível, Senhor Presidente, tolerar que nossos compatriotas estejam entregues a esta exploração ignominiosa?" E dedicou a esses mineiros o poema abaixo, que consta de seu livro CANTO GERAL.
É bom lembrar das condições reais em que vivem os mineiros do Chile neste momento em que a midia mundial quer transformar a vida dos 33 mineiros resgatados, em um espetáculo. Porque a vida deles irá continuar, logo passe essa fase em que eles são notícia...
El Maestro Huerta
De: PABLO NERUDA
De la mina “La Despreciada”, Antofagasta)*
El maestro Huerta, gran picano,
parecía que llenaba el pique
con sus espaldas. Entraba
cantando como un capitán.
Salía agrietado, amarillo,
corcovado, reseco, y sus ojos
miraban como los de un muerto.
Después se arrastró por la mina.
Ya no pudo bajar al pique.
El Maestro Huerta
De: PABLO NERUDA
De la mina “La Despreciada”, Antofagasta)*
Cuando vaya usted al Norte, señor,
vaya a la mina “La Despreciada”,
y pregunte por el maestro Huerta.
vaya a la mina “La Despreciada”,
y pregunte por el maestro Huerta.
Desde lejos no verá nada,
sino los grises arenales.
sino los grises arenales.
Luego, verá las estructuras,
el andarivel, los desmontes.
Las fatigas, los sufrimientos
no se ven, están bajo tierra
moviéndose, rompiendo seres,
o bien descansan, extendidos,
transformándose, silenciosos.
el andarivel, los desmontes.
Las fatigas, los sufrimientos
no se ven, están bajo tierra
moviéndose, rompiendo seres,
o bien descansan, extendidos,
transformándose, silenciosos.
Era “picano” el maestro Huerta.
Medía 1.95 m.
Los picanos son los que rompen
el terreno hacia el desnivel,
cuando la veta se rebaja.
500 metros abajo,
con el agua hasta la cintura,
el picano pica que pica.
No sale del infierno sino
cada cuarenta y ocho horas,
hasta que las perforadoras
en la roca, en la oscuridad,
en el barro, dejan la pulpa
por donde camina la mina.
Medía 1.95 m.
Los picanos son los que rompen
el terreno hacia el desnivel,
cuando la veta se rebaja.
500 metros abajo,
con el agua hasta la cintura,
el picano pica que pica.
No sale del infierno sino
cada cuarenta y ocho horas,
hasta que las perforadoras
en la roca, en la oscuridad,
en el barro, dejan la pulpa
por donde camina la mina.
El maestro Huerta, gran picano,
parecía que llenaba el pique
con sus espaldas. Entraba
cantando como un capitán.
Salía agrietado, amarillo,
corcovado, reseco, y sus ojos
miraban como los de un muerto.
Después se arrastró por la mina.
Ya no pudo bajar al pique.
El antimonio le comió las tripas.
Enflaqueció, que daba miedo,
pero no podía andar.
Las piernas las tenía picadas
como por puntas, y como era
tan alto, parecía
como un fantasma hambriento
pidiendo sin pedir, usted sabe.
No tenía treinta años cumplidos.
Pregunto dónde está enterrado.
Nadie se lo podrá decir,
porque la arena y el viento derriban
y entierran las cruces, más tarde.
Es arriba, en “La Despreciada”,
donde trabajó el maestro Huerta.
Enflaqueció, que daba miedo,
pero no podía andar.
Las piernas las tenía picadas
como por puntas, y como era
tan alto, parecía
como un fantasma hambriento
pidiendo sin pedir, usted sabe.
No tenía treinta años cumplidos.
Pregunto dónde está enterrado.
Nadie se lo podrá decir,
porque la arena y el viento derriban
y entierran las cruces, más tarde.
Es arriba, en “La Despreciada”,
donde trabajó el maestro Huerta.
Labels:
carvão,
Chile,
Desenho,
Mineiros chilenos,
mineros
Assinar:
Postagens (Atom)